sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Alfabeto de instrumentos musicais - novas reflexões



No dia 26 de outubro de 2015, postei algumas fotos de um alfabeto de instrumentos musicais que elaborei quando ainda não era alfabetizadora, mas sim professora de Música.

Link para postagem:


https://keniaswerner.blogspot.com/2015/10/e-por-falar-em-alfabetizacao-hoje-vou.html

Hoje, trabalhando diretamente com alfabetização é que percebo a importância daquele alfabeto na sala de música.

Temos um alfabeto na parede de nossa sala e ele serve de apoio para várias atividades que fazemos. Fato esse perfeitamente normal para uma turma de alfabetização. Porém, gostaria de pensar no processo de alfabetização como algo constante, que não para quando os alunos são promovidos para as séries finais.

Na época em que realizei a postagem, eu ministrava aula somente para as séries finais do ensino fundamental e usava aquele alfabeto na sala em que atendia aqueles alunos. Pensava na época que tratava-se apenas de levar aos meus alunos conhecimento a espeito de novos e diferentes instrumentos musicais.

Hoje, no entanto, trabalhando com alfabetização, entendo que ter aquele alfabeto na parede não apenas levava informações a respeito de música para meus alunos mas de certa forma contribuía para seu processo de letramento.

A constante exposição de diferentes palavras e a consequente leitura por parte dos alunos, seja qual for suas idades ou etapa escolar que se encontrem, auxiliam na sua alfabetização. Passam a conhecer novas palavras, tornar sua leitura fluente, interessar-se por diferentes assuntos...

Sem saber, estava alfabetizando meus alunos!!!

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Escolas asas e escolas gaiolas - novas reflexões


No dia 17 de setembro de 2016 postei algumas reflexões acerca de um texto de Rubens Alves chamado Gaiolas ou asas?.

Link para a postagem:




Neste texto Rubens Alves escreve sobre dois tipos de escola: as escolas gaiolas e as escolas asas. As escola gaiolas reprimem, seguem programas conteudistas, tentam conter os alunos.  "Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendem a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados têm sempre um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo" (ALVES, 2002, p. 29).
As escolas asas, por outro lado, libertam, ensinam os alunos a pensarem por si próprios, ensinam a caminharem sozinhos. "Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado"  (ALVES, 2002, p. 29).
As escolas asas não podam as crianças. É comum os alunos irem perdendo a espontaneidade dos primeiros anos de escola, como se tivessem sido domesticados. A preocupação com os conteúdos, a disciplina, fazem com que mecanismos de repressão sejam usados em escolas gaiolas. Os alunos aprendem o que e como os professores decidem. Nas escolas asas os alunos são encorajados a falar, lutar. Suas inteligências outras (que as escolas gaiolas desdenham) são valorizadas. Sentem-se capazes. 

E de que forma podemos fazer uma escola asa? 
Rubens Alves resume a boa educação em duas palavras: ferramenta e brinquedo.

"Ferramentas" são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. "Brinquedos" são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma. No momento em que escrevo estou ouvindo o coral da Nona Sinfonia [Beethoven]. Não é ferramenta. Não serve para nada. Mas enche a minha alma de felicidade. Nessas duas palavras, ferramenta e brinquedos, está o resumo da educação. Ferramenta e brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramenta me permitem voar pelos caminhos do mundo. Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma (ALVES, 2002, p. 32).

São palavras que resumem uma forma fascinante de educar. Fiquei encantada...

Na postagem do dia 17 de setembro de 2016, escrevi sobre uma apresentação musical que teve na escola, tendo participado um grupo de alunos da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), os alunos do grupo de música da escola e eu ao piano. A plateia consistia em alunos com idades entre 6 e 14 anos. A atenção desses alunos, o respeito, a admiração  eram coisas lindas de se ver.

Estávamos ensinando brinquedos!!! Alimentando a alma de nossos alunos.

Não posso deixar de fazer a mesma relação com as atividades que tenho desenvolvido no meu estágio. A semana que passou foi, em especial, repleta de atividades que podemos considerar de “brinquedos”, próprias de escolas asas.

Fomos à Feira do Livro, assistimos a uma apresentação do músico Frank Jorge, fomos até a sala de música da escola, tocamos piano e outros instrumentos, iniciamos os trabalhos sobre a Consciência Negra... Abrimos o espaço da sala de aula para que nossos alunos pudessem “voar”. Expandimos os horizontes do processo de ensino-aprendizagem, mostrando outras possibilidades de aprender, de conhecer, de ver, sentir e viver.

Ainda temos muitas atividades planejadas, como filme, janta especial, sarau...

Muitas reflexões estão sendo feitas a partir destas atividades. Estamos conseguindo estabelecer relações entre uma atividade e outra, entre diferentes temas. Estamos amadurecendo nosso jeito de ensinar e aprender.

Fico feliz em participar deste processo, de ensinar e aprender com meus alunos, com os colegas, com a escola. De ensinar e aprender “brinquedos”!!!


Alunos junto ao piano da escola


Frank Jorge na Feira  do Livro


Alunos assistindo ao Frank Jorge na Feira do Livro




Referências

ALVES, Rubem. Gaiolas ou asas? In: ALVES, Rubem. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p. 29-32.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Novas perspectivas... - novas reflexões

No dia 19 de março de 2016 realizei uma postagem que tratava de novas perspectivas minhas ao assumir o Laboratório de Aprendizagem da escola. Como professora de Música, nunca havia trabalhado com alfabetização e aquela seria minha primeira oportunidade de me aproximar a prática com as aprendizagens do PEAD.

Link para postagem:

https://keniaswerner.blogspot.com/2016/03/novas-perspectivas.html


Hoje me encontro em uma situação bem diferente daquela. Não trabalho mais no Laboratório de Aprendizagem da escola, voltei à minha área: a Música. No entanto, o fato de estar realizando o estágio obrigatório me coloca em uma perspectiva muito diferente.
Já realizei oito senas de estágio, me aproximo do fim, faltando apenas duas semanas para o término.
Esta experiência, na qual também me deixou com milhões de expectativas, me ensinou e me fascinou de uma forma que eu jamais imaginei.
Pela primeira vez assumi uma turma diariamente, quatro horas por dia. O que antes me apavorava, pois tinha muito medo de não dar conta, hoje me alegra e me ensina.
Alfabetizar jovens e adultos, ver seus progressos, suas aprendizagens, seus ensinamentos e suas consequentes satisfações foi transformador na minha carreira de professora.
Tenho uma satisfação imensa em  sentir o interesse, a boa vontade, a gratidão daqueles que diariamente se deslocam até a escola, muitas vezes cansados, para receberem e serem recebidos por mim.
É tudo muito diferente de trabalhar no Laboratório de Aprendizagem. Hoje tenho contato diário, posso dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem meu e de meus alunos.
Me sinto mais madura, com melhor suporte... afinal, estamos na finaleira do PEAD.

Apesar de todas as turbulências e da loucura que nossa vida se transforma ao cursar o semestre de estágio de uma graduação, estou satisfeita e feliz com o trabalho que venho realizando.

domingo, 11 de novembro de 2018

Classificação e seriação – Novas reflexões



No dia 23 de outubro de 2016, realizei uma postagem sobre seriação. Esse conceito foi bastante trabalhado naquele semestre, pois tanto a Matemática, como Ciências e História abordaram tal conceito com as especificidades que cada área exige.
Naquela postagem fiz algumas reflexões relacionando o conceito “seriação’ com meu trabalho de pesquisa de pós-graduação que curso em outra universidade.

Link para postagem:

Hoje quero voltar à esta postagem para refletir sobre um trabalho feito com minha turma de estágio onde foi abordado o tema “classificação”.

No dia 16 de outubro de 2018, iniciei um trabalho de classificação com os alunos. Quando cursei a Interdisciplina Representando o mundo pela Matemática, achei essa atividade interessante. Considerando o conceito de classificação do site Mdmat, plataforma que usávamos para realizar as atividades, temos:


Classificar trata de uma atividade que pode ser considerada como pré-numérica e de valor básico para a compreensão do número. Numa primeira fase é importante desenvolver a capacidade de se estabelecer critérios ou atributos para um conjunto de objetos. Ao separar os objetos segundo os critérios definidos, se evidenciam os conjuntos, possibilitando a passagem por um primeiro estágio do pensamento lógico e um fundamento necessário para a compreensão da inclusão de classes e a classificação hierárquica. Trata-se de um requisito prévio para que as crianças desenvolvam suas habilidades em formar conjuntos utilizando critérios mais abstratos.

A atividade, no entanto, foi além destes objetivos da área da Matemática.  O fato de lerem e escreverem palavras do seu dia a dia ajudou para o processo de alfabetização. Fora isso, a questão da organização espacial do caderno também foi trabalhada. Alguns alunos ainda escrevem de forma aglomerada, sem deixar linhas em branco de uma atividade para outra, dificultando o entendimento da escrita. O fato de construírem uma tabela para fazerem a classificação, os ajudou nessa organização.

Eu havia, inicialmente, planejado propor a classificação em "alimentos" e "não alimentos". No entanto, dos quinze itens citados por eles, apenas um não foi alimentação. Diante disso, solicitei a classificação em "usamos para fazer o almoço", "usamos para preparar o lanche" e "não é alimento".

Abaixo, o caderno da aluna S. Vejam como ela separou as três categorias mas não conseguiu fazer a tabela.  



Foi uma atividade importante, com vários aspectos da aprendizagem trabalhados, por isso repetimos na semana seguinte, usando os itens existentes na nossa casa e separando-os por cômodos.


Referência

MDMAT MÍDIAS DIGITAIS. Disponível em: <http://mdmat.mat.ufrgs.br/anos_iniciais/>. Acesso em 10 nov. 2018.

sábado, 3 de novembro de 2018

Matemática - Novas reflexões




No dia 15 de outubro de 2016 realizei uma postagem intitulada "Matemática". Nela faço um breve relato sobre o encantamento que tive ao cursar a Interdisciplina Representação do mundo pela Matemática. Me refiro às inúmeras atividades que tivemos acesso no site de mesmo nome da interdisciplina. Termino a postagem com a seguinte frase: Só tenho um desejo...conseguir encantar meus alunos como fui encantada...

Site da postagem:

https://keniaswerner.blogspot.com/2016/10/matematica.html

No atual semestre, junto com o estágio, estou cursando a Interdisciplina eletiva Matemática para as séries iniciais. Novamente estou encantada, mas desta vez, com uma turma de estágio a minha disposição para aplicar as atividades sugeridas. 

Meu estágio está sendo realizado em uma turma de EJA - Séries iniciais.

Contarei algumas atividades que realizei no estágio:


PLANIFICAÇÃO DE CUBOS

Trouxe vários cubos para os alunos observarem, brincarem, explorarem.



Depois entreguei um cubo de cartolina com uma bala dentro confeccionado por mim. Estavam colados apenas com uma fita, então pedi que os abrissem para acharem a bala. Com os cubos abertos, observamos seu formato "aberto". Pedi então que fizessem um desenho, ou uma letra, ou um número, algum sinal diferente em cada um dos espaços demarcados dos cubos. Depois montaram e desmontaram várias vezes, sendo orientados para observarem quais os desenho que ficavam em cima, atrás, ao lado.







 

Depois apresentei a seguinte atividade:



 

Foi difícil para eles. apenas dois alunos arriscaram responder e apenas um acertou. Essa é uma sinalização de que é preciso mais trabalhos desta natureza, que explorem noções de espaço, observação de um mesmo objeto por diferentes pontos de vista, entre outras.

Na próxima semana realizarei outra atividade sugerida na Interdisciplina de matemática envolvendo noções de espaço e forma. 

A atividade consiste em confeccionar previamente as seguintes figuras em EVA:




 

Colocá-las em um saco e pedir que cada alunos tire cinco peças. Os alunos deverão construir uma figura usando suas peças e depois desenhá-la e pintá-la em uma folha.

Colocar no quadro uma tabela instituindo valores para cada figura geométrica:

triângulo menor = 1 ponto
triângulo maior = 7 pontos
quadrado menor = 2 pontos
quadrado maior = 8 pontos
círculo menor = 3 pontos
círculo maior = 9  pontos

Fazer perguntas para responderem oralmente:

Quantos pontos cada composição vale?
Qual das construções vale mais pontos?
E qual vale menos?
Quantos pontos vale a sua composição?
E a do seu colega?
Qual a diferença de pontos?
Que figuras, juntas, representam essa diferença?