segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Encerramento do semestre...



Final do ano chegando, preparação para mais um workshop!!! O sexto. Já estamos craques, mas sempre nos assunta um pouquinho. Esse semestre as orientações são um pouco diferentes. Iremos analisar uma cena do filme "Como estrelas na terra", um filme indiano que trata de dislexia. O filme é emocionante e será difícil escolher apenas uma cena para analisar.

Aqui encerro as postagens do ano de 2017.

Desejo a todos boas festas de final de ano. Com muitas alegrias, paz e saúde.


sábado, 25 de novembro de 2017

Método Clínico

Método clínico é um procedimento de coleta e análise de dados para o estudo do pensamento da criança ( embora também se aplique ao estudo do pensamento dos adultos) que se realiza mediante entrevistas ou situações muito abertas, nas quais se procura acompanhar o curso do pensamento do sujeito ao longo da situação, fazendo sempre novas perguntas para esclarecer respostas anteriores. Consta, portanto, de algumas perguntas básicas e de outras que variam em função do que o sujeito vai dizendo e dos interesses que orientam a pesquisa que está sendo realizada.
A essência do método clínico consiste em uma intervenção sistemática do pesquisador em função do que o sujeito vai fazendo ou dizendo. Em alguns casos, ele tem de cumprir uma tarefa; em outros, explica um fenômeno. O pesquisador, mediante suas ações ou suas perguntas, procura compreender melhor a maneira como o sujeito representa a situação e organiza sua ação (DELVAL, Juan. Introdução à prática do método clínico: descobrindo o pensamento das crianças.  Tradução: Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2002, p. 12)

Na aula presencia da interdisciplina Desenvolvimento e Aprendizagem sob o enfoque da Psicologia II apresentamos os vídeos da aplicação do método clínico pelas alunas do PEAD. Foi uma das aulas mais divertidas que tivemos, pois, ao assistir os vídeos, íamos percebendo os erros, as induções, os nervosismos, as muitas falhas típicas de que debuta nessa tarefa. Mas para mim foi uma das aulas que mais aprendemos, pois podemos analisar o que era bem feito e o que precisava melhorar.
Trata-se de um método que não pode ser aplicado em sala de aula, mas ao estarmos apropriadas dele, teremos como perceber pensamentos de nossos alunos mesmo em meio a turma.
Gostei demais de ter feito essa tarefa. Segue o link do vídeo que fiz com dois meninos. Trata-se de uma prova de conservação de massa, outra de líquidos e outra de comprimento.

https://youtu.be/BQ7RPbuNm14

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Um pouco mais de história...


Mais uma vez, quando realizava minha pesquisa de Pós-Graduação, nos jornais antigos, me deparei com um assunto que nos interessa: gênero. Trata-se de uma edição do Correio do Povo de março de 1943 em que estava sendo discutida uma lei que implantava a "separação dos alunos, por sexo".  Tratava-se dos alunos do Ensino Secundário, o que hoje seria o Ensino Médio.

Encontrei duas publicações, uma contra e a outra a favor.



Nessa publicação, do Correio do Povo, de 20 de março de 1943, cujo título é SEPARAÇÃO DOS ALUNOS, POR SEXO, uma diretora de uma escola do Rio de Janeiro diz estar aguardando o pronunciamento do ministro Gustavo Capanema quanto a lei que obrigaria a separação dos alunos por sexo. A professora escreve:

Preferimos crer que o Sr Capanema reconsidere a questão e defira o apelo [de suspender a lei].Supomos que não seja fácil defender o dispositivo impugnado, a menos que se lance, mas se lance corajosamente, sem reticencias, sobre todos os outros, ou sobre alguns de nossos estabelecimentos de ensino secundário uma pecha infamante. Porque, não sendo possível alegar em apoio da medida razões de natureza pedagógica, não há dúvida que ela se fundamenta em motivos de ordem moral. E a palavra "promiscuidade", proferida a propósito do regime escolar vigente caracteriza perfeitamente o alvo visado pela inovação.Essa "promiscuidade" condenada numa sala de escola, recinto sob a guarda de mestres e inspetores e, mais, fiscalizado por funcionários do Ministério da Educação, passa a ser inócua, inocente, quando verificada nos centros esportivos, nas praias de banhos, nos cinemas, onde, aí sim, talvez houvesse o que fazer...Mas num educandário!...Que coisa mais grave se poderá articular contra uma geração e contra os responsáveis por sua formação moral? E por que, se tão grande é o perigo dessa "promiscuidade", não decretar a separação de sexos, radicalmente, a começar do curso primário, tantas vezes frequentado por alunos em idade superior à fixada para admissão ao curso secundário? Por que não implantá-la nas repartições?
Depois a professora passa a relatar problemas de ordem material, como falta de salas, de professores, entre outros. Mas o trecho acima nos diz muitas coisas. Essa questão aconteceu há 74 anos. Se pensarmos em tempo histórico, é um período curto. O uso do termo "promiscuidade" nos espanta. Ao que parece, esse foi o principal argumento para proposição dessa lei. Corajosamente a professora/diretora lista argumentos fundamentados, não vendo razão para essa separação acontecer somente nas escolas de ensino secundário. Por outro lado, nos chama atenção também, a rígida estrutura citada pela diretora de uma rede empenhada em fiscalizar e disciplinar alunos.

Mas vejamos agora outra reportagem também do Correio do Povo, do dia 26 de março de 1943, que mostra uma opinião contrária a da diretora carioca.

Com assinatura de Aldo Obino, colunista de Arte do Correio do Povo por mais de 30 anos, o artigo se intitulava de A COEDUCAÇÃO.



Aldo Obino inicia contando a história da coeducação, que seria a instrução conjunta de ambos os sexos, criada por Horácio Mann nos Estados Unidos no ano de 1831. Acusa esse sistema de ensino de comunista e alega que sua vigência visa a economia de custos. Eis um trecho da sequencia de absurdos escritas por Aldo Obino:

Os princípios da coeducação propostos por Mann aparentam altos desígnios, os quais a análise científica, entretanto, não confirma.O fator fisiológico do crescimento é decisivo e importante no assunto. É que a evolução física de um sexo para outro é desigual e de impressionante alternância. Eis porque física e intelectualmente se desaconselha a coeducação com dados da psicologia e da pedagogia. O ensino misto se apresenta, assim, de todo e qualquer modo contraproducente.
Não se leva em conta o distinto crescimento mental nos dois sexos.

O colunista argumenta que, devido a diferença física e intelectual de ambos os sexos, não devem ser educados juntos.
Aos olhos de hoje, assusta. Mas a opinião desse homem público, formador de opiniões por ser colunista do jornal, reflete as concepções de uma época não tão distante de nós.

Que bom que já tínhamos mulheres corajosas como a professora do primeiro artigo! Pena que seu nome não foi citado.



quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Quanto a cor/raça...

Continuando a série "dados de uma turma de quinto ano, apresento o item "cor/raça"

O primeiro aspecto a ser pontuado nessa categoria, é o próprio termo usado para categorizar os alunos: “cor/raça”. Ao fazer uma análise dos instrumentos de pesquisa do INEP, SENKEVICS, MACHADO e OLIVEIRA (2016),  nos alertam:

(...) o sistema de classificação racial brasileiro se pautou historicamente pela noção de cor, fenômeno que explica a introdução do conceito de raça apenas em 1991. Mas, aqui, é preciso adiantar que a ênfase sobre a ideia de que “cor” distingue racialidade entre sujeitos esteve calcada no peso atribuído às variações fenotípicas para a classificação dos indivíduos – a regra de “marca” -, ao contrário da importância que algumas sistematizações conferem à ascendência. Em vista disto, é usual encontrar, em trabalhos e instrumentos de pesquisa, a denominação “cor ou raça” ou apenas “cor/raça”, tática que chama atenção para a alternância entre os dois conceitos: “cor” como metáfora de raça, e “raça” como categoria analítica construída sobre o conceito nativo de “cor” (SENKEVICS; MACHADO; OLIVEIRA, 2016, p.10).

Importante pontuar que na ficha de matrícula dos alunos, não há opções a marcar. Há um espaço em branco onde a responsável escreverá a raça/cor a qual se sinta pertencente.
Os dados do último censo no Brasil trazem os seguintes dados:

No último recenseamento, vemos que, pela primeira vez desde o século passado, a população branca deixou de compor a maioria do povo brasileiro. Hoje, temos 47,7% que se declaram brancos, 43,1% pardos, 7,6% pretos, 1,1% amarelos e 0,4% indígenas. Somando-se os quantitativos de pretos e pardos, teríamos 50,7% de negros. Além do mais, reduziu-se o percentual de “não declarados” a praticamente zero, o que tornou mais preciso e informativo o sistema classificatório de cor ou raça (SENKEVICS; MACHADO; OLIVEIRA, 2016, p.14).


Usando os mesmos parâmetros para nossa turma temos: 50% que se declararam brancos, 30% pardos, 13,33% pretos, 3,33 indígenas, nenhum amarelo e 3,33% não declararam. Somando-se negros e pardos, temos 43,33%
Se compararmos os dados da nossa turma com os dados do último censo temos:

Brasil (censo de 2010) em %
Turma do quinto ano (2017) em %
Branca
47,7
50
Parda
43,1
30
Preta
7,6
13,33
Amarela
1,1
zero
Indígena
0,4
3,33
Não declarada
zero
3,33
Parda + negra
43,33
50,7

Apesar das diferenças, não há uma grande disparidade entre os dados nacionais e os encontrados na nossa turma. A maior diferença está na categoria indígena, mas se relativizarmos com as outras categorias, vemos que, em média, a turma reflete os dados nacionais.

sábado, 11 de novembro de 2017

Quanto a religião...

Hoje, como afirmei na semana passada, irei apresentar um dos resultados da pesquisa feita nas fichas de matrícula dos alunos de uma turma de quinto ano da minha escola. Um dos itens foi religião.
Na sistematização dos dados encontramos:



Os dois gráficos acima precisam ser analisados de forma conjunta. O primeiro nos mostra, entre os declarantes, uma grande variedade de religiões com predominância da religião católica. Mas temos 36,6% que preferiram não declarar sua religião. Embora essa tenha sido a categoria mais escolhida, o segundo gráfico nos mostra que 90% dos responsáveis não vêm nenhum empecilho de seus filhos assistirem as aulas de religião. Na verdade, não temos aula de religião na escola. Acredito que essa questão ainda esteja na ficha de matrícula por ser um modelo antigo. Mas não deixa de ser um dado curioso a relação entre os dois dados, pois, apesar de não declararem ou não pertencerem a nenhuma religião, ou ainda termos uma certa variedade de religiões, a participação de uma aula em comum não seria problema.

sábado, 4 de novembro de 2017

O que nos informam as fichas de matrícula de nossos alunos...

Como tarefa da interdisciplina Questões étnico-raciais: Sociologia e História temos que pesquisar os dados de nossas turmas no censo escolar ou nas fichas de matrículas.
Escolhi uma turma de quinto ano na qual sou Volante, ou seja, atendo a turma durante os períodos de planejamento da professora referência.
Descobri que as fichas de matrículas são uma rica fonte de informações que podem orientar nossos planejamentos e ações perante a turma.
Nas próximas semanas irei postar os itens que achei mais importantes, apresentando o gráfico representativo dos dados e a análise de cada uma deles. Aguardem!!!

domingo, 29 de outubro de 2017

Como era antigamente...



Hoje vou fujir um pouco do assunto do semestre... Nas minhas pesquisas em jornais antigos achei um comunicado do Conservatório de Música, importante Escola de Música que tínhamos em Porto Alegre nos anos 1930. Nesse anúncio foi exposto as notas dos exames dos alunos. Chama atenção que o texto finaliza assim: "Eugenio Kroll e Nelly Laporta, simplesmente grau 6".

O fato das notas serem expostas, até podemos fazer um paralelo com a publicação dos concursos públicos, em que podemos verificar, nos sites das entidades públicas, as notas de cada candidato. Ok. Mas a palavras "simplesmente" colocada para qualificar pejoradamente os dois alunos com as notas mais baixas muito me espantou.

Refletindo: talvez eu não tenha fugido tanto do nosso tema do semestre, que pode ser traduzido por "preconceito". Ridicularizar os alunos em um jornal de grande circulação é desrespeitar o momento de cada um, talvez as suas limitações... Foi num Correio do Povo de 1933! Provavelmente ninguém se manifestou em defesa desses dois alunos. Temos como grande conquista o fato de que se hoje algo assim acontecesse, muitas seriam as manifestações.


Correio do Povo, 21 de novembro de 1933, p. 7

domingo, 22 de outubro de 2017

Ainda sobre gênero...


Ao trabalhar com uma turma de quinto ano, a fim de aplicar uma atividade para um trabalho da Interdisciplina Filosofia da Educação, dois grupos de alunos, ao serem solicitados para criarem um cartaz sobre algum tipo de preconceito, escolheram gênero para representarem. Fiquei encantada com a criatividade destes alunos.





Sim, a escola é o lugar de aprendermos a conviver, a aceitar e admirar o outro como ele é!!!!!

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Falar sobre gênero...

Esta semana, na Interdisciplina Questões étnico-raciais na educação: Sociologia e História, tínhamos como tarefa escolher e analisar um vídeo postado por nossas colegas no "Fórum Permanente", um espaço onde postamos materiais que consideramos pertinente e queremos compartilhar com nossas e nosso colega.
Meu grupo escolheu analisar um vídeo cujo assunto é gênero. O vídeo analisado trata-se de um desenho animado próprio para abordar o assunto com crianças bem pequenas, da Educação Infantil e primeiros anos do Ensino Fundamental. Mas não é exatamente desse vídeo que quero tratar, até porque sobre ele já falamos no seu espaço devido. Mas o fato é que, ao realizar a tarefa e tratar sobre esse assunto, fiquei com vontade de falar mais sobre ele.
E foi pesquisando mais que encontrei um vídeo que achei sensacional para abordar o assunto com alunos maiores. Trata-se de uma transexual falando sobre a questão de gênero. Mas o interessante é que ela não bate na questão trans, lésbica, gay... ela simplesmente fala de diferenças que nos foram impostas desde a infância... cores, brinquedos, hábitos, roupas... de meninas ou de meninos. Lembro que há alguns anos até encontrei ovos de Páscoa para meninos e para meninas!!!!!
Parei para pensar e vi o quanto esses atos aparentemente inocentes, inculcam toda uma concepção de valores nas crianças. Que, obviamente, irão refletir na nossa personalidade, na nossa maneira de lidar com as diferenças e com as igualdades. Precisamos falar sobre isso nas escolas. Precisamos parar de dar cadernos com florzinhas para as meninas e com carrinhos para os meninos. Ou dar lembrancinhas de fitinha azul para os meninos e de fitinha rosa para as meninas... É hora de nos despirmos de preconceitos e trazer esse tema tão importante para a sala de aula.

Eis o link do vídeo. Vale a pena assistir!!!!!

https://www.youtube.com/watch?v=ZIJ2Ifu6SlM

sábado, 7 de outubro de 2017

Músicas contra o racisimo

Fiz uma pesquisa para  encontrar músicas cujas letras tratem de racismo. Eis alguns títulos que encontrei:

O canto dos escravos - Clementina de Jesus, Geraldo Filme e Doca da Portela
Tributo a Martin Luyher King - Wilson Simonal e Ronaldo Bôscoli
Negro é lindo - Jorge Benjor
Podes crer, amizade - Tony Tornado e Major
Pérola Negra - Luiz Melodia
Mandamentos Black - Gerson King Combo, Augusto César e Pedrinho
Sarará Miolo - Gilberto Gil
Brasil mestiço, santuário da fé - Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte
Sorriso Negro - Jorge Portela e Adilson Barbado
Olhos coloridos - Macau
Lágrima do sul - Milton Nascimento e Marco Antônio Guimarães
Sá Rainha - Mauricio Tizumba
Identidade - Jorge Aragão
Festa de Caboclo - Martinho da Vila

Usar a letra de músicas para trabalhar algum tema com nossos alunos não é novidade. Elas enriquecem as aulas e tornam mais fácil a abordagem de temas mais complexos. Fica a dica...

domingo, 1 de outubro de 2017

Preconceito

Gostaria de escrever hoje sobre o tema que permeia nosso semestre, perpassando todas as interdisciplinas e nos fazendo refletir e fazer "n" relações com nossa vida e nossa prática escolar.

O dicionário ensina:



preconceito
substantivo masculino
  1. 1.
    qualquer opinião ou sentimento concebido sem exame crítico.
  2. 2.
    sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância.

    "p. contra um grupo religioso, nacional ou racial"



Na prática, algo complexo, carregado de tristezas. O que nos faz pensar que o que não é igual a nós seja errado? O que nos leva a pensar que somos melhores porque o outro não vive da mesma forma, não pensa igual ou simplesmente acredita em coisas diferentes? é difícil responder. Estamos carregados de valores culturalmente construídos e pensar nas diferenças criticamente exige muita reflexão, desprendimento e vontade de aceitar.

O texto Sobre crocodilos e avestruzes: falando de diferenças físicas, preconceitos e sua superação, de Lígia Assumpção Amaral, trata especificamente de deficiências físicas, mas, mesmo se tratando de preconceitos no sentido mais amplo, suas metáforas podem ser usadas. A autora associa o preconceito a figura de um castelo medieval, rodeado de crocodilos. Esses crocodilos seriam os preconceitos. E usa a figura da avestruz para simbolizar nossos mecanismos de defesas. Aqueles que usamos para não ver, ignorar as diferenças que nos rodeiam.
Achei extraordinário. Estas metáforas mostram o quanto ainda precisamos enfrentar o mundo e disponibilizar o direito ao livre pensamento, a liberdade de atitudes, o direito ao acesso físico e intelectual...
Então penso... que bom que a escola existe... é o espaço por excelência para mudarmos o mundo!!!!

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sábado, 23 de setembro de 2017

Um dia de índio... no melhor dos sentidos...

Para a Interdisciplina Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História, assistimos a um vídeo de Daniel Munduruku, escritor indígena, falando sobre educação. Trata-se de um vídeo muito bonito, em que o escritor nos fala sobre a importância do brincar e como as crianças indígenas vivem o momento da infância plenamente. De uma forma integrada com a natureza, as crianças indígenas viem sua infãncia longe de qualquer preocupação adulta, sendo apenas criança. Segundo Daniel Munduruku, isso faz com que, quando chegam a fase adulta, possam também viver essa fase plenamente, sem arrependimentos e sem querer voltar a ser criança.

Tive a oportunidade, em 2014, de visitar , junto com alunos da minha escola, uma aldeia Guarani, localizada em Viamão. Foi na semana do dia do índio, em que a aldeia abriu para visitação das escolas, justamente para que conhecêssemos melhor a sua cultura. Foram momentos mágicos. Um dia sendo criança indígena. Brincamos, comemos, participamos do ritual de boas vindas... uma experiência única que gerou ricas aprendizagens para todos nós.
Algumas fotos desses momentos:

Momento de acolhida. Pudemos fazer perguntas ao cacique que nos esclareceu muitas dúvidas e curiosidades.

 Alunos indo até o terreno que iríamos fazer brincadeiras.
 Eu e as alunas Suelen e Jenifer.
 Hora da pintura.
 Crianças indígenas e nossos alunos. Jogos indígenas.
Mais jogos.


Essa visita gerou desdobramentos na sala de aula. Muitas reflexões acerca da cultura indígena foram feitas. Seus valores, as diferenças entre as culturas, foram alguns dos assuntos discutidos. É uma atividade que toda escola deveria fazer, pois foram momentos de integração e conhecimentos.

Quero também sugerir um livro da cultura Maxacali, índios de Minas Gerais. O livro traz lendas, músicas e desenhos produzidos pelos índios da aldeia e foi organizado por Rosângela Tugny, professora da UFMG. (a Editora é UFMG)Um bom material para se trabalhar em aula.

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sábado, 16 de setembro de 2017

Ética

Esta semana tratamos de ética na Interdisciplina Filosofia da Educação. 

O texto Ética: a aprendizagem da arte de viver, de Nadia Hermann (2008) e o vídeo Filosofia e ética, de Márcia Tiburi despertaram muitos questionamentos e reflexões. Temos na ética a principal fonte de percepção e aceitação do outro, do diferente. Para sermos sujeitos éticos é necessário que a alteridade faça parte da nossa vida.
Diferente da moral, que é a instituição de costumes, sejam eles bons ou maus, a ética vai fazer com que nos perguntemos: o que estamos fazendo em relação ao outro? Como estamos vendo esse outro? Com respeito, dignidade, ou nos colocamos acima de tudo sem nos importar com esse outro?

A escola entra nesta relação como espaço por excelência na mediação da formação das crianças como sujeitos éticos. A filosofia, agora de volta à escola, é o carro chefe mas não única fonte de ensinamentos sobre ética. Acredito que qualquer relação humana deve ser baseada na ática, no respeito aos direitos dos outros. E é isso que devemos acreditar e mostrar aos nossos alunos. Talvez a escola seja o único espaço em que a ética possa ser discutida e entendida. Muitas vezes, nosso público (alunos) não possue uma orientação nas suas famílias ou relações de amizades. É a escola que precisa abarcar esta responsabilidade.

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domingo, 10 de setembro de 2017

Interlocuções entre as Interdisciplinas

O trabalho realizado com as turmas de EJA que descrevi abaixo foi realizado como uma tarefa da Interdisciplina Questões étnico-raciais na educação: Sociologia e História.  Porém a atividade dialogou com as outras Interdisciplinas. Vejamos:

Filosofia da Educação: Lemos os textos O ato de estudar de Leda Miranda Hühne (2000) e O trabalho da crítica do pensamento de Marilena Chaui (2000). As autoras discutem a maneira crítica de ler um texto, passando por várias etapas até chegar a ideologia imposta nele. Ao relacionar com o vídeo de Leandro Karnal, em que ele nos fala das novas formas que a informação circula na internet, eu refleti sobre a dificuldade que temos em fazer com que nossos alunos façam essa leitura crítica dos textos quando estão acostumados com a superficialidade da internet. Penso que o que fizemos, ao ler e refletir sobre as letras das músicas apresentadas, chegamos muito próximos a leitura crítica, pois para além do que a música explicitou, percebemos a forma como o Brasil estava sendo representado. Talvez essa seja uma forma de incentivar nossos alunos a uma leitura crítica, trazendo diferentes mídias para a sala de aula.

Educação de pessoas com necessidade educacionais especiais: Estamos elaborando uma espécie de dossie da nossa escola explicitando como os alunos com necessidades especiais estão sendo acolhidos. Vimos, na atividade descrita abaixo, que o preconceito com crianças com Síndrome de Down foi lembrado. Sinal de que está presente na escola.

Desenvolvimento e Aprendizagem sob o enfoque da Psicologia II: Lemos o texto Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos de Fernando Becker. Nele o autor descreve e analisa a pedagogia diretiva, a pedagogia não diretiva e a pedagogia relacional. Na última, o professor oferece diversos materiais, problematiza, intiga a curiosidade. "Acredita que tudo o que o aluno construiu até hoje serve de patamar para continuar a construir e que alguma porta se abrirá para o novo conhecimento." De certa forma, foi a maneira que conduzi a aula, dando espaço para os alunos refletirem, trazerem seus conhecimentos e abrirem portar para novos conhecimentos.

Desta forma, nos colocando no papel de alunas, foi possível fazer relações entre as Interdisciplinas, numa rede de conhecimentos interligados.

Brasil de todos?



A figura acima é o resultado de um trabalho feito com as turmas da EJA a partir das leituras feitas na Interdisciplina Questões étnico-raciais na educação: Sociologia e História. A aula iniciou com a leitura das letras e audição das músicas Aquarela Brasileira de Ary Barroso (interpretação de Gal Costa) e O canto das três raças de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro (interpretação de Clara Nunes). A partir dessa escuta realizamos várias discussões em que predominaram o tema racismo.  Essas discussões suscitaram a realização de trabalhos que expressassem artisticamente suas opiniões, sentimentos, histórias...  Escolhi iniciar com o trabalho em que o aluno escolheu fazer a pergunta Brasil de todos? por achar um dos trabalhos mais expressivos de nossas discussões.

Mas também outros bastante significativos foram produzidos 



Apesar da predominância do tema negro, também tivemos outros temas lembrados...



Alguns alunos preferiram escrever. E descrevo aqui o texto de uma aluna da turma T61 que considerei o resumo de tudo o que foi falado nas discussões:

Brasil
O Brasil miscigenado, penso que temos sorte em pertencer a este país. Sei que temos diversos problemas, talvez um dos piores (em relação a política, economia, empregos, etc.). Porém, algo me orgulha em nosso país, a diferença. Em nosso país encontramos pessoas de diversas etnias, brancos, negros, asiáticos, albinos, dentre outros... Por alguns momentos sinto que somos o melhor país de conviver com as diferenças.
Mas por outro lado, penso que talvez não sejamos, pois muitas vezes ouço e vejo pessoas se ofendendo com palavras, apenas por serem diferentes. Penso que não é necessário nada disso, pois apesar de diferentes, somos todos iguais e todos temos nossa beleza (C.S).


domingo, 3 de setembro de 2017

Diferença

Sempre tenho a preocupação de pensar sobre o tema, o assunto, a palavra que pode ser considerada a "linha mestra" do semestre. Aquele termo que "costura" as interdisciplinas. No presente semestre, não foi preciso esperar para identificar, pois foi revelado já na primeira aula presencial do Pead: 


DIFERENÇA

Eis o termo que guiará nossas reflexões ao longo do VI semestre de nosso curso. Já estamos com muitas tarefas e o semestre promete ser denso. Denso no sentido de muitas reflexões, muitas relações, e muitas aprendizagens. Que seja um ótimo semestre!!!!

Termino com um poema de Caio Fernando Abreu que li na aula presencial da interdisciplina Questões étnico-raciais na educação: Sociologia e História.


"Continuo a pensar que quando tudo parece sem saída, sempre se pode cantar. Por essa razão escrevo"



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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Reiniciando os trabalhos... VI semestre

Hora de arrumar a casa, organizar o tempo, que as férias do Pead acabaram! Segunda-feira, dia 28 de agosto reiniciam as aulas. Sexto semestre... o tempo voa!!!!! Quase não dá para acreditar!!!

Interdisciplinas do VI semestre:

Filosofia da Educação
Educação de pessoas com necessidades educacionais especiais
Desenvolvimento e aprendizagem sob o enfoque da Psicologia II
Questões étnico-raciais na educação: Sociologia e História

O moodle já está organizado e este semestre temos novidade: todas as interdisciplinas estão padronizadas. Links para o PBworks e para a Tabela de Acompanhamento em todas elas. Títulos das Interdisciplinas colocados da mesma forma... parece que o semestre inicia com uma organização prévia diferente dos anteriores. Aos nossos olhos, parece bom. Vamos torcer e colaborar para que todos tenhamos um ótimo VI semestre.

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domingo, 16 de julho de 2017

Encerramento do V semestre

Esta será minha última postagem do semestre. Em vias de concluir a síntese reflexiva, hoje me considero satisfeita com as aprendizagens do semestre. Um período denso, com reflexões profundas, forte relação entre nossa prática e as aprendizagens no PEAD.
Agora é descansar para iniciarmos o VI semestre com energia e vontade.

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