O
primeiro aspecto a ser pontuado nessa categoria, é o próprio termo usado para
categorizar os alunos: “cor/raça”. Ao fazer uma análise dos instrumentos de pesquisa
do INEP, SENKEVICS, MACHADO e OLIVEIRA (2016), nos alertam:
(...)
o sistema de classificação racial brasileiro se pautou historicamente pela
noção de cor, fenômeno que explica a introdução do conceito de raça apenas em
1991. Mas, aqui, é preciso adiantar que a ênfase sobre a ideia de que “cor”
distingue racialidade entre sujeitos esteve calcada no peso atribuído às
variações fenotípicas para a classificação dos indivíduos – a regra de “marca”
-, ao contrário da importância que algumas sistematizações conferem à
ascendência. Em vista disto, é usual encontrar, em trabalhos e instrumentos de
pesquisa, a denominação “cor ou raça” ou apenas “cor/raça”, tática que chama
atenção para a alternância entre os dois conceitos: “cor” como metáfora de
raça, e “raça” como categoria analítica construída sobre o conceito nativo de
“cor” (SENKEVICS; MACHADO; OLIVEIRA, 2016, p.10).
Importante
pontuar que na ficha de matrícula dos alunos, não há opções a marcar. Há um
espaço em branco onde a responsável escreverá a raça/cor a qual se sinta
pertencente.
Os
dados do último censo no Brasil trazem os seguintes dados:
No
último recenseamento, vemos que, pela primeira vez desde o século passado, a
população branca deixou de compor a maioria do povo brasileiro. Hoje, temos
47,7% que se declaram brancos, 43,1% pardos, 7,6% pretos, 1,1% amarelos e 0,4%
indígenas. Somando-se os quantitativos de pretos e pardos, teríamos 50,7% de
negros. Além do mais, reduziu-se o percentual de “não declarados” a
praticamente zero, o que tornou mais preciso e informativo o sistema
classificatório de cor ou raça (SENKEVICS; MACHADO; OLIVEIRA, 2016, p.14).
Usando
os mesmos parâmetros para nossa turma temos: 50% que se declararam brancos, 30%
pardos, 13,33% pretos, 3,33 indígenas, nenhum amarelo e 3,33% não declararam. Somando-se
negros e pardos, temos 43,33%
Se
compararmos os dados da nossa turma com os dados do último censo temos:
Brasil
(censo de 2010) em %
|
Turma
do quinto ano (2017) em %
|
|
Branca
|
47,7
|
50
|
Parda
|
43,1
|
30
|
Preta
|
7,6
|
13,33
|
Amarela
|
1,1
|
zero
|
Indígena
|
0,4
|
3,33
|
Não
declarada
|
zero
|
3,33
|
Parda
+ negra
|
43,33
|
50,7
|
Apesar
das diferenças, não há uma grande disparidade entre os dados nacionais e os
encontrados na nossa turma. A maior diferença está na categoria indígena, mas
se relativizarmos com as outras categorias, vemos que, em média, a turma
reflete os dados nacionais.
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