quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Quanto a cor/raça...

Continuando a série "dados de uma turma de quinto ano, apresento o item "cor/raça"

O primeiro aspecto a ser pontuado nessa categoria, é o próprio termo usado para categorizar os alunos: “cor/raça”. Ao fazer uma análise dos instrumentos de pesquisa do INEP, SENKEVICS, MACHADO e OLIVEIRA (2016),  nos alertam:

(...) o sistema de classificação racial brasileiro se pautou historicamente pela noção de cor, fenômeno que explica a introdução do conceito de raça apenas em 1991. Mas, aqui, é preciso adiantar que a ênfase sobre a ideia de que “cor” distingue racialidade entre sujeitos esteve calcada no peso atribuído às variações fenotípicas para a classificação dos indivíduos – a regra de “marca” -, ao contrário da importância que algumas sistematizações conferem à ascendência. Em vista disto, é usual encontrar, em trabalhos e instrumentos de pesquisa, a denominação “cor ou raça” ou apenas “cor/raça”, tática que chama atenção para a alternância entre os dois conceitos: “cor” como metáfora de raça, e “raça” como categoria analítica construída sobre o conceito nativo de “cor” (SENKEVICS; MACHADO; OLIVEIRA, 2016, p.10).

Importante pontuar que na ficha de matrícula dos alunos, não há opções a marcar. Há um espaço em branco onde a responsável escreverá a raça/cor a qual se sinta pertencente.
Os dados do último censo no Brasil trazem os seguintes dados:

No último recenseamento, vemos que, pela primeira vez desde o século passado, a população branca deixou de compor a maioria do povo brasileiro. Hoje, temos 47,7% que se declaram brancos, 43,1% pardos, 7,6% pretos, 1,1% amarelos e 0,4% indígenas. Somando-se os quantitativos de pretos e pardos, teríamos 50,7% de negros. Além do mais, reduziu-se o percentual de “não declarados” a praticamente zero, o que tornou mais preciso e informativo o sistema classificatório de cor ou raça (SENKEVICS; MACHADO; OLIVEIRA, 2016, p.14).


Usando os mesmos parâmetros para nossa turma temos: 50% que se declararam brancos, 30% pardos, 13,33% pretos, 3,33 indígenas, nenhum amarelo e 3,33% não declararam. Somando-se negros e pardos, temos 43,33%
Se compararmos os dados da nossa turma com os dados do último censo temos:

Brasil (censo de 2010) em %
Turma do quinto ano (2017) em %
Branca
47,7
50
Parda
43,1
30
Preta
7,6
13,33
Amarela
1,1
zero
Indígena
0,4
3,33
Não declarada
zero
3,33
Parda + negra
43,33
50,7

Apesar das diferenças, não há uma grande disparidade entre os dados nacionais e os encontrados na nossa turma. A maior diferença está na categoria indígena, mas se relativizarmos com as outras categorias, vemos que, em média, a turma reflete os dados nacionais.

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