quinta-feira, 30 de maio de 2019

Centro de interesse... novas reflexões


No dia 5 de maio de 2018 publiquei no blog uma pequena reflexão sobre os “Centros de Interesse”. Na época estávamos cursando a Interdisciplina Didática, planejamento eavaliação. Nesta interdisciplina conhecemos várias formas de trabalhar com nossos alunos. Todas elas, em que pese suas especificidades, giravam em torno do interesse do aluno e do trabalho interdisciplinar.

Link para postagem:


Neste semestre estamos cursando a interdisciplina de Arte e educação. Temos a proposta de elaborar uma atividade de Artes para nossos alunos e para nos contextualizar, foi-nos sugerida a leitura do texto “O trabalho com Projetos”, um capítulo do livro “Pratica docente” de Maria Alice Proença. Muito mais que um guia para nos ajudar a realizar a tividade da interdisciplina, me pareceu retomar grande parte de nossos aprendizados no PEAD. No texto a autora nos traz as contribuições de Piaget, Wallon, Dewey, Kilpatrick, Malaguzzi, Stenhouse, entre outros para a proposta de trabalho com projetos. Poder reunir estes pensadores em volta de uma ideia, no mesmo texto, foi muito enriquecedor, pois me pareceu de certa forma “ordenar” meus conhecimentos. E mais, me pareceu retomar a linha mestra do nosso curso que é a percepção e reflexão sobre as relações entre os conhecimentos, sejam eles adquiridos fora ou dentro do curso.

Palavras como CURIOSIDADE, PESQUISA, LABORATÓRIO, RELAÇÕES PESSOAIS, AUTONOMIA, ENVOLVIMENTO NO PROCESSO, PARCERIAS, permeiam as reflexões da autora fazendo-nos querer trabalhar da forma com ela propõe.

Este ano não estou trabalhando em sala de aula regular, pois estou em um projeto de música da escola em que ensino teclado para adultos. Mesmo assim, fiquei ponderando infinitas possibilidades de trabalhar diferente do “tradicional” no ensino do instrumento. Me aproximar mais dos interesses dos alunos, promover sua autonomia, incentivar a criação, estão entre as propostas que pretendo levar para nossas aulas.

Enfim, talvez a professora de Artes nem saiba que, ficando a interdisciplina “para trás”, pois não foi ministrada no semestre a que estava programada, acabou por fazer uma espécie de fechamento do principal eixo do curso.

Referência:
PROENÇA, Maria Alice. Prática docente: a abordagem de Reggio Emilia e o trabalho com projetos, portfólios e redes formativas. São Paulo: Panda Books, 2019.

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Inovações pedagógicas... novas reflexões

No dia 21 de abril de 2018 fiz uma postagem que considero uma das mais interessantes de todo o portfólio: transcrevi uma notícia do Jornal Correio do Povo de 1958 que descrevia o que era necessário para alguém ser professor primário. Na época, tratava-se de um concurso para professor, hoje, trata-se de um testemunho da história da educação.

Link para postagem:

https://keniaswerner.blogspot.com/2018/04/o-jornal-correio-do-povo-de-12-de-maio.html


Em seguida a descrição da notícia, fiz uma reflexão embasada no texto Inovações pedagógicas e a reconfiguração dos saberes no ensinar e no aprender na universidade, de Maria Isabel da Cunha (2004), estudado na Interdisciplina Educação e tecnologias da comunicação e informação

Neste texto, a autora traz os seguintes questionamentos:

Em que medida consigo atender as expectativas de meus alunos?
Como compatibilizá-las com as exigências institucionais?
Como motivar meus alunos para as aprendizagens que extrapolam o utilitarismo pragmático que está em seus imaginários?
Como trabalhar com turmas heterogenias e respeitar as diferenças?
Que alternativas há para compatibilizar as novas tecnologias com a reflexão ética?
De que maneira alio ensino e pesquisa?
Que competências preciso ter para interpretar os fatos cotidianos e articulá-los com meu conteúdo?
Como enfrento o desafio da interdisciplinaridade?
Continuo preocupado com o cumprimento do programa de ensino mesmo que os alunos não demonstrem interesse/prontidão para o mesmo?
Como, em contrapartida, garanto conhecimentos que lhes permitam percorrer a trajetória prevista pelo currículo?
Tem sentido colocar energias em novas alternativas de ensinar e aprender?
Como fugir de avaliações prescritivas e classificatórias e, ao mesmo tempo, manter o rigor no meu trabalho?
Como posso contribuir para propostas curriculares inovadoras?

Estes questionamentos vem a calhar para minha atual prática. Pela primeira vez, estou atuando como professora de teclado em uma escola do município de Porto Alegre. São aulas em grupos de oito pessoas. Isso tudo é uma novidade para mim, pois, além de ter atuado pouco como professora de teclado (minha formação é em piano) nunca havia trabalhado com grupos, somente com aulas individuais.

Embora eu esteja adorando o que estou fazendo, está sendo um desafio. Diariamente me faço as perguntas propostas por Cunha no texto citado acima. É algo completamente novo, me obrigou a rever, a revisitar, a repensar muitos conceitos da educação musical e da educação como um todo. Aos poucos vou conhecendo os alunos, sabendo de seus interesses, selecionando partituras, ensinando teorias, técnicas... um mundo muito diferente da sala de aula regular.

Essa atividade me desestruturou me obrigando a reconstruir minha forma de ensinar de um outro jeito. Tive que ter um outro olhar sobre minha prática para poder abarcar o grupo de alunos.

Mas o fato é que estou encantada! Nunca minhas aulas foram tão musicais como agora. Estou muito feliz!





segunda-feira, 6 de maio de 2019

Cultura digital... novas reflexões


No dia 29 de março de 2018, publiquei algumas reflexões sobre cultura digital a partir de um texto lido na Interdisciplina Educação e Tecnologias da Comunicação e da Informação.


Link para postagem:

https://keniaswerner.blogspot.com/2018/03/os-professores-da-interdisciplina.html

Na ocasião refleti prioritariamente sobre as condições materiais necessárias para o uso da tecnologia nas escolas e o quanto elas são precárias, principalmente nas escolas públicas. Trago aqui o mesmo trecho que citei na outra publicação:


Num pais de escala continental como o Brasil, as políticas e ações para a inclusão digital têm centrado seus esforços primordialmente em possibilitar o acesso a alguns recursos digitais, principalmente à internet. Porém, a reflexão sobre a via de exclusão que tem surgido em relação à cultura digital não pode ficar limitada às questões econômicas, à questão do acesso material aos aparatos tecnológicos que possibilitam o acesso ao mundo digital. É preciso levar em consideração a análise dos novos regimes cognitivos que se produzem em interação com as tecnologias digitais, principalmente nos espaços escolares, à medida que esses espaços passam a exercer papel primordial nas políticas públicas de inclusão digital. Nesse sentido, o problema de se fazer parte de uma cultura digital que entra na pauta das atribuições da escola traz à tona um duplo processo: técnico e simbólico; isto é, a discussão que envolve as tecnologias digitais exige que se leve em consideração tanto os aspectos técnicos quanto culturais. (LOPES; SCHLEMMER, 2012, p. 158).

Hoje gostaria de fazer uma relação entre a cultura digital e o ensino a distância. Como o trecho acima se refere também a aspectos culturais, é interessante pensar como o acesso a tecnologia ampliou o campo do ensino a distância. Lembro do tempo que ensino a distância era feito através de apostilas enviadas pelo correio, sem uma interação entre professores e alunos. A tecnologia nos trouxe outras possibilidades, um acesso infinitamente maior aos conhecimentos, uma possibilidade de trocas entre pessoas de diferentes lugares do mundo. É neste sentido que me refiro a uma mudança cultural. Antes a educação a distância era vista como uma educação deficitária, de menor valor. Hoje é possível a mesma qualidade de ensino a distância do que no presencial. Tudo isso graças a tecnologia. Neste sentido, houve uma mudança cultural na educação.