Mais um semestre finalizado... muito trabalho e muitas aprendizagens. Últimos preparativos para o workshop. Que venham as férias para renovarmos nossas energias e recomeçar com alegria!
domingo, 25 de dezembro de 2016
domingo, 11 de dezembro de 2016
Tópicos da história de Porto Alegre
Vídeo produzido para a interdisciplina Representação do Mundo pelas Ciências Sociais
https://www.youtube.com/watch?v=iulzYQSoImE&t=17s
sábado, 3 de dezembro de 2016
Arquivo Municipal de Porto Alegre Moysés Vellinho
Essa semana tivemos como tarefa para a Interdisciplina Representação do Mundo pelos Estudo Sociais a visita a um espaço cultural da cidade, algum Museu, para verificar as ações educativas e possibilidades de aprendizagem nesses espaços.
visitei o Arquivo Municipal Moysés Vellinho. Aliás é um espaço que frequento a muitos meses, pois desenvolvo minha pesquisa de Pós-Graduação lá.
Por considerá-lo muito rico em material de pesquisa e, além disso, um lugar lindo, resolvi escrever sobre ele.
Segue o fichamento que fiz sobre o Arquivo:
visitei o Arquivo Municipal Moysés Vellinho. Aliás é um espaço que frequento a muitos meses, pois desenvolvo minha pesquisa de Pós-Graduação lá.
Por considerá-lo muito rico em material de pesquisa e, além disso, um lugar lindo, resolvi escrever sobre ele.
Segue o fichamento que fiz sobre o Arquivo:
1) Nome completo do lugar visitado
Arquivo
Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho
2) Endereço e contato
Av.
Bento Gonçalves, 1129 – Partenon, Porto Alegre – RS. CEP 90650-002
Telefone:
(51) 3219-7900
Blog:
http://ahpoa.blogspot.com.br/
Site: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/smc/default.php?p_secao=270
E mail: arquivohistorico@smc.prefpoa.com.br
3) Informações para a visita (cobra ingresso
ou não, aceita grupos)
O
Arquivo funciona das 8 horas e 30 min. até as 17 horas e 30 minutos, sem fechar
ao meio dia (embora as informações de horário estejam diferentes no site). A
visitação é livre, sem cobrança de ingressos. O pesquisador individual pode
solicitar os documentos no momento da visita ou previamente por telefone ou e
mail. As visitas em grupos podem ser agendadas previamente também por telefone
ou e mail.
4) Possui atividades educativas (tem
material, dossiês, fornece oficinas, visitas guiadas?)
O
Arquivo oferece visitas guiadas e acesso a pesquisa.
Além
disso, essa semana, no dia 30 de novembro, foi o lançamento de um material
produzido pelos arquivistas e historiadores do Arquivo em parceria com
pesquisadores e professores que realizam pesquisas no Arquivo. Esse material
tem como objetivo servir de subsídio para professores de História usarem fontes
primárias para o ensino da História para seus alunos. Essas fontes são
documentos da Câmara de Porto Alegre, plantas de planejamento urbano, leis,
atas, jornais. Esse primeiro Caderno tem como tema o negro, mas pretendem
realizar outros com diversos temas, como saneamento básico, urbanização, etc.
Tudo sobre o município de Porto Alegre.
Outra
realização que ocorre mensalmente no Arquivo, são os concertos da Banda
Municipal, sempre temáticos (em outubro foi para as crianças, em novembro,
foram sambas). Ocorrem sempre aos sábados pela manhã.
Quero
destacar um dos itens do acervo do Arquivo que é a Hemeroteca. O Arquivo tem
exemplares de diversos jornais, como Correio do Povo, A Federação, entre outros
com acesso livre e gratuito à pesquisa. Considerando o fechamento (espero que
temporário) do Museu da Comunicação Hipólito da Costa, por más condições do
prédio, e o alto custo que o Jornal Correio do Povo cobra para pesquisa em seu
acervo, o Arquivo Moysés Vellinho nos oferece vasto material para quem se
interessa por esse tipo de fonte.
5) Dicas em geral para quem quiser levar seus
alunos lá no futuro."
Além
de todas as possibilidades indicadas acima, a ida ao Arquivo já é uma aula de
História de Porto Alegre, pois se trata de um prédio histórico, um casarão do
século XIX, restaurado em 1994. Ao redor do prédio há um amplo pátio,
arborizado. Esse lugar abrigou escolas entre 1929 e 1970. Vale a pena conhecer
um pouco mais da história deste prédio.
sábado, 26 de novembro de 2016
Por que não nos ensinaram matemática assim?
Por que não nos ensinaram matemática assim? Essa foi a pergunta de uma colega na última aula presencial da interdisciplina Representação do Mundo pela Matemática.
Esse semestre foi-nos apresentado tantas outras possibilidades de trabalhar Matemática na sala de aula (e Ciências e História e Geografia também), que não há como não nos perguntarmos exatamente o que a colega indagou...
Tenho certeza que a grande maioria das alunas do PEAD que ali estavam, aprenderam os conteúdos de Ciências, Matemática, História e Geografia da forma tradicional, dentro da sala de aula.
Sou extremamente grata em fazer parte deste curso e ter oportunidade de ampliar minha visão de professora e proporcionar a meus alunos uma forma significativa de aprendizagem.
Esse semestre foi-nos apresentado tantas outras possibilidades de trabalhar Matemática na sala de aula (e Ciências e História e Geografia também), que não há como não nos perguntarmos exatamente o que a colega indagou...
Tenho certeza que a grande maioria das alunas do PEAD que ali estavam, aprenderam os conteúdos de Ciências, Matemática, História e Geografia da forma tradicional, dentro da sala de aula.
Sou extremamente grata em fazer parte deste curso e ter oportunidade de ampliar minha visão de professora e proporcionar a meus alunos uma forma significativa de aprendizagem.
sábado, 19 de novembro de 2016
Muro
Hoje optei por transcrever uma tarefa da interdisciplina Representação pela Matemática tal e qual postei. Não farei análises adjacentes e relações com outras interdisciplinas por achar que a atividade que propus teve um ótimo resultado e merece ser postada no blog.
Em uma tarefa da interdisciplina Representação do mundo pela Matemática, tínhamos que adaptar um dos objetos digitais de aprendizagem propostos no site da interdisciplina para o seu uso na sala de aula, escolhi o “muro”. Sugeri que pudesse ser construídos “tijolos” com caixas de fósforos.
Em uma tarefa da interdisciplina Representação do mundo pela Matemática, tínhamos que adaptar um dos objetos digitais de aprendizagem propostos no site da interdisciplina para o seu uso na sala de aula, escolhi o “muro”. Sugeri que pudesse ser construídos “tijolos” com caixas de fósforos.
Ao
ter que aplicar essa atividade com meus alunos, não tive tempo hábil para assim
fazer, pois seria necessário arrecadar as caixas de fósforo e ainda o tempo de
forrá-las ou pintá-las. Resolvi então fazer uma nova adaptação, confeccionando
os “tijolos” com EVA. Confeccionei a base do muro com quatro tijolos e o
restantes ficaram avulsos para que os alunos montassem o muro. Usei apenas
adição, pois a multiplicação aumentaria muito as possibilidades, não havendo,
mais uma vez, tempo hábil para essa construção. O jogo montado ficou assim:
As
bases de cor laranja foram dadas aos alunos e as peças brancas e amarelas
ficaram espalhadas pela mesa.
Eu
estava com um grupo de cinco alunos com idades de 10 a 11 anos. Primeiro
coloquei um exemplo no quadro para que pensassem como foi construído o muro.
Fiz perguntas como “Que relação tem um número com outro?” Um dos alunos logo
percebeu e explicou aos outros, que estavam com mais dificuldade de entender.
Depois
fiz a distribuição do material e propus que fizéssemos uma competição. Quem
terminasse primeiro, ganharia um ponto. Repetimos a atividade várias vezes,
pois os alunos gostaram muito.
A
atividade, mesmo sendo apenas com cálculos de adição, fáceis para essa faixa
etária, é de grande relevância, pois tratam-se de alunos que frequentam o
Laboratório de Aprendizagem, pois apresentam algumas dificuldades no seu
processo de aprendizagem. Em forma de competição, incentivou os alunos a
fazerem os cálculos mentais rapidamente.
Outro
ponto importante foi a forma de apresentar a atividade. Se fosse dado o muro
desenhado em uma folha, certamente não despertaria tanto interesse. O uso de
diferentes materiais torna a aprendizagem mais prazerosa.
sábado, 12 de novembro de 2016
Sobre escolas gaiolas e escolas asas 2
Em agosto publiquei algumas reflexões sobre o texto de Rubens Alves que havíamos lido para a interdisciplina Seminário Integrador. Naquela postagem escrevi sobre o recital de inauguração do piano que nossa escola recebeu. Vale a pena repetir a citação do texto que fiz para embasar minha reflexão:
"Ferramentas" são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. "Brinquedos" são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma. No momento em que escrevo estou ouvindo o coral da Nona Sinfonia [Beethoven]. Não é ferramenta. Não serve para nada. Mas enche a minha alma de felicidade. Nessas duas palavras, ferramenta e brinquedos, está o resumo da educação. Ferramenta e brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramenta me permitem voar pelos caminhos do mundo. Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma (ALVES, 2002, p. 32).
Hoje quero apresentar mais uma atividade realizada na minha escola que, segundo Rubens Alves, é "brinquedo", "nos permite voar pelos caminhos da alma". Trata-se do projeto Adote um escritor". Todos os anos, as escolas municipais de Porto Alegre "adotam" um escritor, ou seja, escolhem um escritor e trabalham suas obras com seus alunos e, para finalizar, o escritor vem até a escola e conversa com os alunos sobre seus processo de escrita (é um projeto da Secretaria de Educação).
Este ano, nosso Adote foi um pouco diferente. O autor escolhido foi Fernando Pessoa, e quem veio declamar seus poemas foi o ator Jairo Klein, que se caracteriza como o poeta e declama seus versos.
As turmas que receberam o ator foram da EJA (Educação de Jovens e Adultos). Entre os muitos poemas trabalhados, escolhemos "Noite de São João" para fazermos o cenário para esperar o autor. Esse poema, de Alberto Caeiro, um dos heterônimos de Fernando Pessoa, foi musicado por Vitor Ramil. Eis os versos:
Noite de São João para além do muro do meu quintal
Do lado de cá, eu sem noite de São João.
Por que há São João onde o festejam.
Para mim há uma sombra de luz de fogueiras na noite,
Um ruido de gargalhadas, os baques dos saltos.
E um grito casual de quem não sabe que eu existo.
Em conjunto com os alunos, construímos um muro, um céu muito estrelado e um menino a espiar por esse muro. E pelo restante da sala, montamos uma festa de São João. Este cenário ambientou de maneira fascinante a representação do ator. Ele "se transformou" em Fernando Pessoa no palco. Foi se maquiando e explicando aos alunos o processo de ser ator, de preparação, construção do personagem, concentração... E arrasou na sua interpretação!!!!!!!!
foi uma oportunidade única para nossos alunos da EJA assistirem a um espetáculo tão bem feito como esse. Ficamos extremamente agradecidos e felizes por estarmos ali naquele momento especial.
Mais uma vez oportunizamos "brinquedos" a nossos alunos!!!!!!
Como reflexão posterior, estamos analisando aspectos de "intermidialidade", uma vez que o poema foi escrito por Fernando Pessoa, musicado por Vitor Ramil, encenado por Jairo Klein e transformado em Arte Visual por nós da EJA.
domingo, 6 de novembro de 2016
Curiosidade
O que é curiosidade?
Definição do Dicionário Priberam (on line):
1.Tendência para averiguar ou ver
2. Desejo indiscreto de saber
3. Modo de executar trabalhos que não são da própria profissão
4. Gosto por coisas raras
O que é curiosidade, se não o que nos move? Se não tivermos curiosidade, conseguiremos aprender alguma coisa? Não precisamos nos reportar somente as aprendizagens escolares, acadêmicas... A curiosidade é necessária para vivermos. Precisamos nos interessar por algo e querer saber mais sobre ele, saber como se faz.
Há vários tipos de curiosidades. As vezes nos interessamos pelo que as outras pessoas estão fazendo, Assim a curiosidade é apelidada de "fofoca". Mas atualmente esse tipo de curiosidade é facilmente resolvida pelas redes sociais.
Há a curiosidade dos profissionais, que se esforçam para entender o funcionamento de máquinas, para achar soluções de problemas para que as pessoas tenham mais conforto, segurança, etc.
E muitas outras...
Mas... onde nasce essa curiosidade? E onde ela é direcionada para que não vire somente interesse "fofoqueiro" e sim que se torne algo que faça das pessoas seres humanos melhores e "mais humanos"?
Acredito que a resposta seja: família e escola!
E o nosso papel, como professores, deve ser incentivar a curiosidade. Fazer com que nossos alunos se perguntem como se chegou até lá e não simplesmente aceitem as coisas como elas são. Sabendo como são feitas, podemos mudá-las, se não forem boas, ou conservá-las se forem boas.
E a curiosidade das crianças é algo maravilhoso. Aquela fase que chamamos "fase dos porques", que nos tonteia as vezes, é o ponto em que a curiosidade está florescendo. E as vezes, coisas tão óbvias para nós são perguntadas. Achamos engraçado e as vezes nem percebemos a importância delas para as crianças.
Ao propor aos meus alunos (média de idade entre 9 e 11 anos) que formulassem perguntas sobre assuntos que tinham curiosidade, vejamos algumas:
Por que existem barcos?
Por que existem cachorros?
Por que existe vidro?
Por que existe o Laboratório de Aprendizagem?
Por que as pessoas morrem?
Por que temos cores diferentes?
Por que os orientais tem olhos puxados?
De onde veio as histórias de terror?
O que são malfagafinhos?
O que é cilada?
Por que existe cabelo?
Por que temos pintas?
Por que existem grãos?
Por que chove?
Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?
Por que o bebê chora?
Cada pergunta dessas rende uma aula enriquecida pela curiosidade de cada um deles.
Que saibamos ouvir a curiosidade de nossos alunos!!!!!!!!!!!!
Definição do Dicionário Priberam (on line):
1.Tendência para averiguar ou ver
2. Desejo indiscreto de saber
3. Modo de executar trabalhos que não são da própria profissão
4. Gosto por coisas raras
O que é curiosidade, se não o que nos move? Se não tivermos curiosidade, conseguiremos aprender alguma coisa? Não precisamos nos reportar somente as aprendizagens escolares, acadêmicas... A curiosidade é necessária para vivermos. Precisamos nos interessar por algo e querer saber mais sobre ele, saber como se faz.
Há vários tipos de curiosidades. As vezes nos interessamos pelo que as outras pessoas estão fazendo, Assim a curiosidade é apelidada de "fofoca". Mas atualmente esse tipo de curiosidade é facilmente resolvida pelas redes sociais.
Há a curiosidade dos profissionais, que se esforçam para entender o funcionamento de máquinas, para achar soluções de problemas para que as pessoas tenham mais conforto, segurança, etc.
E muitas outras...
Mas... onde nasce essa curiosidade? E onde ela é direcionada para que não vire somente interesse "fofoqueiro" e sim que se torne algo que faça das pessoas seres humanos melhores e "mais humanos"?
Acredito que a resposta seja: família e escola!
E o nosso papel, como professores, deve ser incentivar a curiosidade. Fazer com que nossos alunos se perguntem como se chegou até lá e não simplesmente aceitem as coisas como elas são. Sabendo como são feitas, podemos mudá-las, se não forem boas, ou conservá-las se forem boas.
E a curiosidade das crianças é algo maravilhoso. Aquela fase que chamamos "fase dos porques", que nos tonteia as vezes, é o ponto em que a curiosidade está florescendo. E as vezes, coisas tão óbvias para nós são perguntadas. Achamos engraçado e as vezes nem percebemos a importância delas para as crianças.
Ao propor aos meus alunos (média de idade entre 9 e 11 anos) que formulassem perguntas sobre assuntos que tinham curiosidade, vejamos algumas:
Por que existem barcos?
Por que existem cachorros?
Por que existe vidro?
Por que existe o Laboratório de Aprendizagem?
Por que as pessoas morrem?
Por que temos cores diferentes?
Por que os orientais tem olhos puxados?
De onde veio as histórias de terror?
O que são malfagafinhos?
O que é cilada?
Por que existe cabelo?
Por que temos pintas?
Por que existem grãos?
Por que chove?
Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?
Por que o bebê chora?
Cada pergunta dessas rende uma aula enriquecida pela curiosidade de cada um deles.
Que saibamos ouvir a curiosidade de nossos alunos!!!!!!!!!!!!
domingo, 30 de outubro de 2016
Construção de maquetes na escola
Na semana que passou, realizamos uma tarefa para a Interdisciplina Representação do mundo pelos Estudos Sociais em que tínhamos que criar uma atividade que envolvesse percepção de tempo ou de espaço. Como apoio, foi-nos dado um texto de autoria de Santos, Corso e Costela (2015) cujo título é Jean Piaget e a construção de maquetes: um olhar para a educação geográfica. De acordo com os autores,
Trabalhar com a construção de maquetes é trabalhar com uma leitura competente do espaço geográfico. A maneira como pensamos este espaço é de suma importância, pois muda nossa própria compreensão do mundo, nossas atitudes para com nossos pares e nossa forma de ver e atuar dentro de nossas vivências (p.162).
O texto discorre sobre a importância da construção de maquetes para noções trabalhadas pela geografia. Mas pensei que podemos ir além. A construção de maquetes trata-se de uma atividade interdisciplinar em que diversas áreas do conhecimentos se envolvem.
A matemática nos ajuda a calcular as proporções dos elementos da maquete...
A Arte nos ensina técnicas de construção, pintura, recorte...
A Ciências pode sugerir materiais recicláveis para serem aproveitados na maquete...
Dependendo do tema da maquete, a História pode estar envolvida, pois podemos representar épocas distintas da nossa...
Enfim, é um trabalho bastante interessante que pode ser desenvolvido a partir de projetos interdisciplinares.
Referências
L. P. SANTOS; C.
P. CORSO; R. Z. COSTELLA. Jean Piaget E A Construção De Maquetes: Um Olhar Para
A Educação Geográfica. Rev. FSA,
Teresina, v. 12, n. 3, art. 9, p. 160-172, Mai./Jun. 2015.
domingo, 23 de outubro de 2016
Classificação e seriação
Classificar e seriar parece estar em nossas vidas muito mais que imaginamos. A Matemática fala sobre a importância de classificar para a compreensão do número, a Ciência fala da ordenação dos elementos químicos e a História trata da importância de sequenciar os fatos históricos para entendermos as causas e as consequências dos fatos passados. Contarei hoje sobre a importância que a atividade de classificar e seriar teve para minha vida acadêmica.
Fiz mestrado em Musicologia. Minha pesquisa foi sobre um compositor, Roberto Eggers (1899-1984). Quando tive o primeiro contato com o acervo desse músico, ele estava "amontoado" num canto do Museu, com uma série de documentas misturados. O primeiro trabalho que tive que realizar foi a classificação e ordenação deses documentos, para só depois, poder analisá-los e escrever a dissertação. Foi uma fase importante do trabalho. Separei os documentos de os documentos de acordo com sua origem. Havia jornais, fotos, cartas, partituras, materiais didáticos, livros...Para realizar esse trabalho procurei embasamento na arquivística. Foi um trabalho importante e gratificante.
Fiz mestrado em Musicologia. Minha pesquisa foi sobre um compositor, Roberto Eggers (1899-1984). Quando tive o primeiro contato com o acervo desse músico, ele estava "amontoado" num canto do Museu, com uma série de documentas misturados. O primeiro trabalho que tive que realizar foi a classificação e ordenação deses documentos, para só depois, poder analisá-los e escrever a dissertação. Foi uma fase importante do trabalho. Separei os documentos de os documentos de acordo com sua origem. Havia jornais, fotos, cartas, partituras, materiais didáticos, livros...Para realizar esse trabalho procurei embasamento na arquivística. Foi um trabalho importante e gratificante.
Foto do Acervo do Músico Roberto Eggers, localizado no Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, na cidade de São Leopoldo.
sábado, 15 de outubro de 2016
MATEMÁTICA
Geralmente a disciplina de Matemática é a grande vilã da escola. Ela assusta!
Mas hoje preciso registrar o meu encantamento na nossa primeira aula presencial da interdisciplina Representação do mundo pela Matemática. A forma como foi abordada me pareceu extremamente sedutora e apaixonante. Sensação essa potencializada quando cheguei em casa e visitei o site de mesmo nome (Representação do Mundo pela Matemática).
Lá encontramos uma imensidão de atividades que ensinam Matemática aos nossos alunos de uma forma diferente. De uma forma prazerosa e divertida. Fiquei horas lendo e relendo, imprimindo e planejando as próximas aulas.
Só tenho um desejo... conseguir encantar meus alunos como fui encantada...
sábado, 8 de outubro de 2016
Quem nunca trabalhou com Ciências na escola?
Quem nunca trabalho com Ciências na escola? Essa foi uma pergunta feito pelo professor na primeira aula da interdisciplina Representação do mundo pela Ciências naturais. Eu e mais uma ou duas colegas levantamos a mão.
Pensei, "ora, sou professora de Música, não trabalho com ciências".
No decorrer da semana, fiquei pensando sobre isso. Então comecei a lembrar de todas as atividades que faço com meus alunos sobre os cuidados que devemos ter com a voz para cantarmos melhor... a respiração correta para o canto... e vi o quanto me enganei ao dar uma resposta negativa a pergunta inicial do professor.
Falar sobre os cuidados com o corpo é falar sobre Ciências!
Mas ainda há mais relações entre Música e Ciências que podem ser feitas. Há um livro chamado Música e meio ambiente: ecologia sonora, de Marisa Trench de Oliveira Fonterrada. Nele a autora trata dos sons e dos silêncios, o meio ambiente sonoro, a poluição sonora... ciência pura!!!! Não, não pura, mas com presença muito forte.
Mais uma prova de que as áreas do conhecimento estão cada vez mais cruzando suas fronteiras umas com as outras. Fato que enriquece a todas elas.
Então a dica de hoje é o livro citado acima. Além de tratar o tema de forma muito interessante, dá dicas de atividades práticas que podemos fazer com nossos alunos, trabalhando sons e silêncios.
FONTERRADA, Marisa Trench de O. Música e meio ambiente: ecologia sonora. São Paulo: Irmãos Vitale, 2004. Conexões musicais.
Pensei, "ora, sou professora de Música, não trabalho com ciências".
No decorrer da semana, fiquei pensando sobre isso. Então comecei a lembrar de todas as atividades que faço com meus alunos sobre os cuidados que devemos ter com a voz para cantarmos melhor... a respiração correta para o canto... e vi o quanto me enganei ao dar uma resposta negativa a pergunta inicial do professor.
Falar sobre os cuidados com o corpo é falar sobre Ciências!
Mas ainda há mais relações entre Música e Ciências que podem ser feitas. Há um livro chamado Música e meio ambiente: ecologia sonora, de Marisa Trench de Oliveira Fonterrada. Nele a autora trata dos sons e dos silêncios, o meio ambiente sonoro, a poluição sonora... ciência pura!!!! Não, não pura, mas com presença muito forte.
Mais uma prova de que as áreas do conhecimento estão cada vez mais cruzando suas fronteiras umas com as outras. Fato que enriquece a todas elas.
Então a dica de hoje é o livro citado acima. Além de tratar o tema de forma muito interessante, dá dicas de atividades práticas que podemos fazer com nossos alunos, trabalhando sons e silêncios.
FONTERRADA, Marisa Trench de O. Música e meio ambiente: ecologia sonora. São Paulo: Irmãos Vitale, 2004. Conexões musicais.
sábado, 1 de outubro de 2016
Ainda sobre o ver e o olhar...
Hoje quero postar algumas fotos que, ao meu "ver", representam o olhar e o ver.
Quando apenas "olhamos", temos os espaços vazios... quando "vemos", percebemos a vida que há nos espaços da escola...
Ainda duas sugestões de leitura:
MARTINS, Mirian C. Aprendiz da arte: trilhas do sensível olhar pensante. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1992.
SCHAFER, Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Unesp, 1991. Tradução: Marisa Fonterrada.
Quando apenas "olhamos", temos os espaços vazios... quando "vemos", percebemos a vida que há nos espaços da escola...
Ainda duas sugestões de leitura:
MARTINS, Mirian C. Aprendiz da arte: trilhas do sensível olhar pensante. São Paulo: Espaço Pedagógico, 1992.
SCHAFER, Murray. O ouvido pensante. São Paulo: Unesp, 1991. Tradução: Marisa Fonterrada.
sábado, 24 de setembro de 2016
O "ver" e o "olhar". O "ouvir" e o "escutar"
Não é a primeira vez que escrevo sobre esse tema. Já falamos sobre o ver e o olhar em outro semestre na interdisciplina Seminário Integrador. Agora voltamos a ele na interdisciplina Representação do mundo pelos estudos sociais.
É um tema interessante e sempre é bom lembrar a diferença entre o olhar e o ver. E também entre o ouvir e o escutar.
O olhar, ao menos que fechemos os olhos, acontece o tempo todo. Não há como não olhar o que está a nossa frente. O ver requer reflexão, requer pensarmos sobre o que olhamos, pensarmos o significado, o que está “por trás” daquilo que olhamos. O ouvir e o escutar também podem ser pensados desta maneira. Escutar é físico e, diferente do ver, não pode ser evitado, mesmo tapando nossos ouvidos ( a não ser que entremos em uma cabine que isola o som). O tempo todo escutamos os sons ao nosso redor. Ouvir é diferente, funciona como o ver. Quando ouvimos, pensamos sobre o que ouvimos, refletimos sobre o significado das palavras.
Precisamos ver e ouvir mais. Aprofundar nosso olhar e nosso escutar. Refletir, entender o que está por trás das cenas e dos sons que acontecem em nossa sala de aula, em nossa escola. Isso fará a diferença na nossa prática pedagógica, na relação que temos com nossos alunos. Na nossa vida e na vida de nossos alunos.
É um tema interessante e sempre é bom lembrar a diferença entre o olhar e o ver. E também entre o ouvir e o escutar.
O olhar, ao menos que fechemos os olhos, acontece o tempo todo. Não há como não olhar o que está a nossa frente. O ver requer reflexão, requer pensarmos sobre o que olhamos, pensarmos o significado, o que está “por trás” daquilo que olhamos. O ouvir e o escutar também podem ser pensados desta maneira. Escutar é físico e, diferente do ver, não pode ser evitado, mesmo tapando nossos ouvidos ( a não ser que entremos em uma cabine que isola o som). O tempo todo escutamos os sons ao nosso redor. Ouvir é diferente, funciona como o ver. Quando ouvimos, pensamos sobre o que ouvimos, refletimos sobre o significado das palavras.
Precisamos ver e ouvir mais. Aprofundar nosso olhar e nosso escutar. Refletir, entender o que está por trás das cenas e dos sons que acontecem em nossa sala de aula, em nossa escola. Isso fará a diferença na nossa prática pedagógica, na relação que temos com nossos alunos. Na nossa vida e na vida de nossos alunos.
sábado, 17 de setembro de 2016
Sobre escolas gaiolas e escolas asas...
Esta semana tivemos a oportunidade (e o privilégio) de ler o texto "Gaiolas ou Asas" de Rubens Alves. Digo privilégio não porque poucas pessoas o leram, mas pelo seu excelente conteúdo. O autor escreve sobre dois tipos de escola: as escolas gaiolas e as escolas asas. As escola gaiolas reprimem, seguem programas conteudistas, tentam conter os alunos. "Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendem a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados têm sempre um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo" (ALVES, 2002, p. 29).
As escolas asas, por outro lado, libertam, ensinam os alunos a pensarem por si próprios, ensinam a caminharem sozinhos. "Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado" (ALVES, 2002, p. 29).
As escolas asas não podam as crianças. É comum os alunos irem perdendo a espontaneidade dos primeiros anos de escola, como se tivessem sido domesticados. A preocupação com os conteúdos, a disciplina, fazem com que mecanismos de repressão sejam usados em escolas gaiolas. Os alunos aprendem o que e como os professores decidem. Nas escolas asas os alunos são encorajados a falar, lutar. Suas inteligências outras (que as escolas gaiolas desdenham) são valorizadas. Sentem-se capazes.
E de que forma podemos fazer uma escola asa?
Rubens Alves resume a boa educação em duas palavras: ferramenta e brinquedo.
"Ferramentas" são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. "Brinquedos" são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma. No momento em que escrevo estou ouvindo o coral da Nona Sinfonia [Beethoven]. Não é ferramenta. Não serve para nada. Mas enche a minha alma de felicidade. Nessas duas palavras, ferramenta e brinquedos, está o resumo da educação. Ferramenta e brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramenta me permitem voar pelos caminhos do mundo. Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma (ALVES, 2002, p. 32).
Relacionando a escola asa com minha escola...
Essa semana realizamos um recital de inauguração do piano da escola. Sim... uma escola pública municipal teve o imenso privilégio de receber a doação de um piano, graças ao esforço de alguns professores envolvidos com projetos de música na escola.
No recital estiveram presente um grupo de alunos da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), com três alunos que nos brindaram tocando algumas peças ao piano e um grupo de percussionistas que tocaram e cantaram. Apresentaram-se também o grupo de música da escola Judith Macedo de Araújo (minha escola). E entre essas belas apresentações, pude executar ao piano uma peça de Ronaldo Miranda chamada "Valsa Só".
Foi lindo...
A plateia consistia em alunos com idades entre 6 e 14 anos. A atenção desses alunos, o respeito, a admiração eram coisas lindas de se ver.
Estávamos ensinando brinquedos!!! Alimentando a alma de nossos alunos.
ALVES, Rubem. Gaiolas ou asas? In: ALVES, Rubem. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p. 29-32.
sábado, 10 de setembro de 2016
Processo de escrita
O semestre apenas iniciando e já todos preocupados com a difícil tarefa de escrever. Há muitos aspectos envolvidos nesse processo. Primeiro, obviamente, é preciso pensar no conteúdo de nossa escrita. É preciso ler muito antes de conseguirmos escrever. Através da leitura de vários autores, e as vezes dos autores que esses autores leram, adquirimos o conhecimento necessário sobre o assunto abordado e também formamos nossas opiniões, que podem, ou não, aparecer na nossa escrita. Tudo depende do tipo de texto que iremos produzir. É muitas vezes um processo doloroso, pois se nos propomos a escrever, é por que queremos que alguém leia. E se expor é muitas vezes difícil.
O meu processo de escrita é assim, leio muito, faço relações entre o que li a algum tempo e o que estou lendo agora. Olho sempre as referências dos livros e trabalhos que leio e por vezes vou à essas fontes para entender melhor o que estão propondo. E só depois começo a escrever. E é assim, se fiz boas leituras, a escrita flui... caso contrário, tenho que voltar para a elas.
Duas coisas fundamentais que faço: 1ª) quando estou realizando as leituras, já estou construindo mentalmente a escrita, então já vou assinalando, marcando nos livros, os trechos que acho que servirão para fundamentar o que eu pretendo escrever. Deixar para depois não dá certo. Muitas vezes já vou digitando trechos que quero citar, e acabo formando uma colcha de retalhos que depois são costuradas com minhas palavras. 2º) Quando considero pronta minha escrita, deixo ela "de molho". Sempre (ou quase sempre) tenho o cuidado de terminar alguns dias antes de postar ou entregar o trabalho, para que eu possa deixá-lo de lado, sem reler, sem pensar sobre ele. Depois de dois ou três dias, volto ao texto e consigo ver coisas que logo após o término não conseguia ver. Erros de concordância, palavras repetidas, ideias misturadas... Parece que a escrita amadurece e conseguimos um resultado melhor.
O segundo problema que temos, depois (ou junto) com o conteúdo do texto bem escrito, são as famosas normas da abnt. Se nos propomos a realizar uma escrita acadêmica, não temos como fugir delas. São muitos detalhes que temos que observar. Cada citação deve ser referenciada, pois são os autores que lemos que nos respaldam no que queremos provar (ou contestar). E a forma de referenciar, tanto no corpo do trabalho, como no final dele, tem normas muito específicas. Cada tipo de trabalho (livro, dissertação ou tese, site da internet, partitura musical, gravações, entrevistas) tem um forma de ser citada. Mas nada que um manual da abnt não resolva.É possível compra-lo ou acessar a internet, pois hoje existem várias universidades que disponibilizam essas regras on line (inclusive a UFRGS).
Agora relendo o texto que acabo de escrever penso que poderia ser escrito de uma forma diferente. Inclusive com a inclusão de citações que fundamentem o que argui aqui. Mas optei fazer um texto mais informal, mesmo tratando sobre a formalidade da academia. Talvez na próxima semana eu faça uma "versão acadêmica" desse texto. Acho que seria um exercício interessante... fica a dica para mim mesma...
O meu processo de escrita é assim, leio muito, faço relações entre o que li a algum tempo e o que estou lendo agora. Olho sempre as referências dos livros e trabalhos que leio e por vezes vou à essas fontes para entender melhor o que estão propondo. E só depois começo a escrever. E é assim, se fiz boas leituras, a escrita flui... caso contrário, tenho que voltar para a elas.
Duas coisas fundamentais que faço: 1ª) quando estou realizando as leituras, já estou construindo mentalmente a escrita, então já vou assinalando, marcando nos livros, os trechos que acho que servirão para fundamentar o que eu pretendo escrever. Deixar para depois não dá certo. Muitas vezes já vou digitando trechos que quero citar, e acabo formando uma colcha de retalhos que depois são costuradas com minhas palavras. 2º) Quando considero pronta minha escrita, deixo ela "de molho". Sempre (ou quase sempre) tenho o cuidado de terminar alguns dias antes de postar ou entregar o trabalho, para que eu possa deixá-lo de lado, sem reler, sem pensar sobre ele. Depois de dois ou três dias, volto ao texto e consigo ver coisas que logo após o término não conseguia ver. Erros de concordância, palavras repetidas, ideias misturadas... Parece que a escrita amadurece e conseguimos um resultado melhor.
O segundo problema que temos, depois (ou junto) com o conteúdo do texto bem escrito, são as famosas normas da abnt. Se nos propomos a realizar uma escrita acadêmica, não temos como fugir delas. São muitos detalhes que temos que observar. Cada citação deve ser referenciada, pois são os autores que lemos que nos respaldam no que queremos provar (ou contestar). E a forma de referenciar, tanto no corpo do trabalho, como no final dele, tem normas muito específicas. Cada tipo de trabalho (livro, dissertação ou tese, site da internet, partitura musical, gravações, entrevistas) tem um forma de ser citada. Mas nada que um manual da abnt não resolva.É possível compra-lo ou acessar a internet, pois hoje existem várias universidades que disponibilizam essas regras on line (inclusive a UFRGS).
Agora relendo o texto que acabo de escrever penso que poderia ser escrito de uma forma diferente. Inclusive com a inclusão de citações que fundamentem o que argui aqui. Mas optei fazer um texto mais informal, mesmo tratando sobre a formalidade da academia. Talvez na próxima semana eu faça uma "versão acadêmica" desse texto. Acho que seria um exercício interessante... fica a dica para mim mesma...
sábado, 3 de setembro de 2016
sábado, 2 de julho de 2016
FINALEIRA....
Finalizando hoje as postagens no blog!!!! Agora, só preparação para o workshop... Que venham as férias.
domingo, 26 de junho de 2016
Projeto de aprendizagem
Na Interdisciplina Seminário Integrador III estamos desenvolvendo uma atividade bem bacana. Trata-se do desenvolvimento de um projeto com todas suas fases de implantação.
O assunto que nosso grupo escolheu foi "violência contra a mulher". Nossa pergunta é:
POR QUE AS MULHERES SOFREM VIOLÊNCIA SEXUAL?
Após discutirmos nossas dúvidas e certezas, elaboramos um mapa conceitual. Segue o link para quem tiver interesse em vê-lo.
O assunto que nosso grupo escolheu foi "violência contra a mulher". Nossa pergunta é:
POR QUE AS MULHERES SOFREM VIOLÊNCIA SEXUAL?
Após discutirmos nossas dúvidas e certezas, elaboramos um mapa conceitual. Segue o link para quem tiver interesse em vê-lo.
file:///C:/Users/Bolivar/Downloads/segunda_vers%C3%A3o.svg
sábado, 18 de junho de 2016
Hora de pensar no Workshop...
O final do semestre se aproxima. É hora de pensar no Workshop.
É sempre difícil, mas ao mesmo tempo gratificante, pensar em nosso processo no decorrer do semestre. Pessoalmente, foi um semestre difícil, tive dificuldades em comparecer nas aulas presenciais por incompatibilidade de horários com meu trabalho e minha pós-graduação. Fiz o possível para realizar todas as tarefas, de todas as Interdisciplinas. Ainda faltam umas poucas tarefas a serem realizadas. As aulas presenciais que não pude estar me fizeram falta, tive que correr atrás.
Mas, enfim, a partir dessa semana iniciarei a seleção de pontos que foram mais importantes para meu processo e que apresentarei no Workshop.
Começo selecionando as postagens mais significativas que podem ser aproveitadas para o trabalho final. Penso em privilegiar as postagens interdisciplinares, ou seja, as postagens que envolvam duas ou mais interdisciplinas.
Segundo passo será uma releitura de textos que considero mais significativos, com o objetivo de repensar e fazer novas reflexões.
E por último pensar no meu crescimento cognitivo e profissional a partir das reflexões feitas nesse semestre, ou melhor, no decorrer de todos os três semestre cursados até aqui.
Bora lá trabalhar!!!!!
É sempre difícil, mas ao mesmo tempo gratificante, pensar em nosso processo no decorrer do semestre. Pessoalmente, foi um semestre difícil, tive dificuldades em comparecer nas aulas presenciais por incompatibilidade de horários com meu trabalho e minha pós-graduação. Fiz o possível para realizar todas as tarefas, de todas as Interdisciplinas. Ainda faltam umas poucas tarefas a serem realizadas. As aulas presenciais que não pude estar me fizeram falta, tive que correr atrás.
Mas, enfim, a partir dessa semana iniciarei a seleção de pontos que foram mais importantes para meu processo e que apresentarei no Workshop.
Começo selecionando as postagens mais significativas que podem ser aproveitadas para o trabalho final. Penso em privilegiar as postagens interdisciplinares, ou seja, as postagens que envolvam duas ou mais interdisciplinas.
Segundo passo será uma releitura de textos que considero mais significativos, com o objetivo de repensar e fazer novas reflexões.
E por último pensar no meu crescimento cognitivo e profissional a partir das reflexões feitas nesse semestre, ou melhor, no decorrer de todos os três semestre cursados até aqui.
Bora lá trabalhar!!!!!
sábado, 11 de junho de 2016
Quais os livros que atravessam gerações?
Na semana passada coloquei fotos de um anúncio de uma editora de 1934 indicando livros infantis.
Os livros indicados foram:
ROBINSON CRUSOÉ - Daniel de Foe
HISTÓRIA DO MUNDO PARA AS CRIANÇAS - Hillyer
O SACI -Monteiro Lobato
REINAÇÕES DE NARIZINHO - Monteiro Lobato
PINOCCHIO - G. Collodi
CONTOS DE GRIMM
NOVAS REINAÇÕES DE NARIZINHO - Monteiro Lobato
NOVOS CONTOS DE GRIMM
CONTOS DE FADA - Perraut
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS - Carrol
ALICE NO PAÍS DO ESPELHO - Carrol
VIAGEM AO CÉU - Monteiro Lobato
EMILIA NO PAÍS DA GRAMÁTICA - Monteiro Lobato
CONTOS DE ANDERSEN
NOVOS CONTOS DE ANDERSEN
Depois de fazer essa lista, entrei em um site que anuncia "Os 55 melhores livros para seu filho"
http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI4895-10534,00-OS+MELHORES+LIVROS+PARA+SEU+FILHO.html
Para minha surpresa, entre os livros da lista estavam:




Achei bárbaro!!!! Claro que há muita literatura nova e boa, mas esses livros são clássicos e merecem ser lidos por nossas crianças.
Os livros indicados foram:
ROBINSON CRUSOÉ - Daniel de Foe
HISTÓRIA DO MUNDO PARA AS CRIANÇAS - Hillyer
O SACI -Monteiro Lobato
REINAÇÕES DE NARIZINHO - Monteiro Lobato
PINOCCHIO - G. Collodi
CONTOS DE GRIMM
NOVAS REINAÇÕES DE NARIZINHO - Monteiro Lobato
NOVOS CONTOS DE GRIMM
CONTOS DE FADA - Perraut
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS - Carrol
ALICE NO PAÍS DO ESPELHO - Carrol
VIAGEM AO CÉU - Monteiro Lobato
EMILIA NO PAÍS DA GRAMÁTICA - Monteiro Lobato
CONTOS DE ANDERSEN
NOVOS CONTOS DE ANDERSEN
Depois de fazer essa lista, entrei em um site que anuncia "Os 55 melhores livros para seu filho"
http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI4895-10534,00-OS+MELHORES+LIVROS+PARA+SEU+FILHO.html
Para minha surpresa, entre os livros da lista estavam:




Achei bárbaro!!!! Claro que há muita literatura nova e boa, mas esses livros são clássicos e merecem ser lidos por nossas crianças.
sábado, 4 de junho de 2016
"As Creanças Precisam Lêr" - Literatura infantil dos anos 1930
Além do PEAD, faço uma pós-graduação em Música. Desenvolvo uma pesquisa sobre uma sociedade de canto que existiu entre os anos 1930 e 1952 em Porto Alegre, o Orpheão Rio-Grandense. Uma das fontes de pesquisa são os jornais publicados na época.
Ao procurar notícias sobre o Orpheão, acabo encontrando notícias sobre outras coisas que também me interessam. A algumas semanas, encontrei um anúncio de uma editora com sugestões de livros infantis. Esse anúncio foi publicado pelo Correio do Povo do dia 30 de outubro de 1934 (p.15).
Publico aqui as fotos desse anúncio, pois acho que vale a pena fazer um reflexão sobre os livros que eram sugeridos às crianças na década de 1930 e os que hoje achamos importante nossas crianças lerem. Será que alguns permanecem na nossa lista?
sábado, 28 de maio de 2016
Educação Musical para Surdos
Esta semana quero disponibilizar para vocês um artigo que escrevi em 2015 quando fiz uma Pós-Graduação em Educação Especial. Tem muito a ver com nossos estudos nesse semestre...(ao copiar e colar o texto, algumas partes ficaram ilegíveis, então tive que pintar para aparecer, apenas probleminhas técnicos, não são destaques do texto).
EDUCAÇÃO MUSICAL
PARA SURDOS:
ALGUMAS
CONSIDERAÇÕES E POSSIBILIDADES
Resumo
Este
artigo está dividido em três seções. A primeira apresenta um breve histórico da
Educação de Surdos e da Educação Musical no Brasil, duas áreas ainda em
expansão no país, com histórico de lutas pela conquista de espaços na educação
regular e especial. Na segunda, são feitas algumas considerações a respeito dos
cuidados a serem tomados no planejamento das aulas de música para alunos Surdos,
uma vez que esses alunos possuem especificidades que requerem adaptações nas
atividades musicais. Para finalizar, são apresentadas quatro sugestões de
atividades musicais adaptadas para serem desenvolvidas com alunos Surdos. A
primeira tem como objetivo observar como é feita a distinção dos timbres pelos
surdos; a segunda tem como objetivo trabalhar o ritmo com os alunos Surdos; a
seguinte, chamada de Jogo dos palitos, procura
trabalhar a discriminação visual, a pulsação, a sequenciação, a atenção, a lateralidade
(discriminação da leitura – esquerda para a direita) e a abstração; e para
finalizar, uma atividade com copos, que visa estimular a lateralidade, o equilíbrio
dinâmico dos copos, a noção espacial e temporal, a pulsação, a atenção, o
ritmo, o andamento, a memória, a sequenciação, a parceria, entre outros. Não se
pretende, com esse artigo, esgotar o
assunto, mas colaborar para a divulgação dessa importante prática para a
Educação dos Surdos, uma vez que são escassos os estudos a esse respeito.
Palavras-chave: Educação Musical.
Surdez. Inclusão.
1 INTRODUÇÃO
Em nossa
trajetória como Educadora Musical sempre trabalhamos para uma maior
sensibilização no que diz respeito a audição. Em nossa sociedade a visão é o
sentido que predomina, e a audição acaba sendo negligenciada. “A tendência da
sociedade em privilegiar um sentindo, no caso a visão, como elemento
organizador do mundo fez BACHELARD chamar isto de ‘ocularização’ da sociedade e VIRILIO chama de ‘primazia da imagem’”(GONÇALVES, 2008, p. 55).
Porém, ao cursar
a Pós-Graduação em Educação Especial Inclusiva da Uniaselvi, especialmente no
Módulo 10 que trata da Deficiência Auditiva e Libras, nos deparamos com um
universo inverso do que costumávamos trabalhar. Pessoas que se apoiam
fortemente no visual por não poderem ouvir sequer os sons que os rodeiam. E
isso nos interessou. Partimos de perguntas como: É possível a Educação Musical para surdos? Que atividades poderiam ser
desenvolvidas? Quais benefícios essas atividades poderiam trazer para os
Surdos? A partir destes questionamentos fomos à procura de Educadores
Musicais que tivessem passado por experiências com Surdos. Como não temos contato
com alunos Surdos, nossa pesquisa foi a partir de artigos, dissertações e teses
produzidas sobre o assunto, procurando reunir algumas sugestões de atividades
musicais a serem desenvolvidas com Surdos.
É relevante que
se situe, no primeiro momento, a Educação de Surdos, suas diferentes fases e
seus aspectos legais, bem como a situação da própria Educação Musical, uma vez
que também é uma área que esteve por cerca de trinta anos afastada do ensino
formal e agora volta como direito de todos. Privilegiaremos, por motivos de
espaço, o panorama brasileiro.
Educação
de Surdos no Brasil
Em 1855 foi
fundado, no Rio de Janeiro, o Imperial Instituto de Surdos-Mudos por iniciativa
de Eduard Huet e o Imperador Dom Pedro II. Essa iniciativa trouxe a primeira
experiência brasileira quanto a educação de Surdos, sendo ensinadas diversas
disciplinas mesclando a língua de sinais francesa com a língua de sinais
brasileira da comunidade Surda do Brasil. Em 1913 foi criada a Associação
Brasileira de Surdos, com o objetivo de promover a conscientização da sociedade
pelo direito do ensino de língua de sinais aos Surdos. Porém essa Associação se
desfez com a proibição do ensino da linguagem de sinais pelo Congresso de
Milão. No entanto cerca de 180 Associações de Surdos foram criadas nos anos seguintes
mantendo viva sua língua (CAMPELLO, 2009).
O ensino dos
Surdos no Brasil passou por três fases distintas:
Introdução ao
Oralismo: foi instituída a obrigatoriedade da aprendizagem da linguagem
articulada e da leitura dos lábios, utilizando o oralismo puro como metodologia
educacional. Mesmo assim o uso de língua de sinais permaneceu, apesar da
proibição do Congresso de Milão (CAMPELLO, 2009, p. 19).
Introdução de
Comunicação Total: trazida ao Brasil por professoras que visitaram o Instituto
Nacional de Educação de Surdos da Gallaudet University – EUA, nos anos 1970,
tinha como objetivo “oferecer às crianças Surdas as oportunidades de ter acesso
à língua e de adquirir conhecimento por meio da aquisição da linguagem” (CAMPELLO,
2009, p. 20).
Introdução ao
Bilinguismo: a partir da pesquisa de língua de sinais americana, como status linguístico, por Stokoe (1960) e
de Lucinda Ferreira Dutra (1995) sobre a Língua de Sinais Brasileira,
iniciou-se discussões sobre a validade da introdução do bilinguismo no Brasil e
de sua contribuição para a educação dos Surdos (CAMPELLO, 2009, p. 20).
Desde 2002, com
a promulgação da Lei 10.436, os cursos de formação de Educação Especial, de
Fonoaudiologia e de magistério passam a incluir em seus currículos o ensino das
LIBRAS. Segundo Campello (2009, p. 21),
O
Surdo passou a ter, assim, garantia dos seus direitos à educação, assegurando
uma formação que lhe dê condições de autonomia, em várias áreas do contexto
brasileiro: no mercado de trabalho, previdência social, lazer, esportes,
educação, entre outros. A educação promoveu a inclusão social em todos os seus
aspectos (CAMPELLO, 2009, p. 21).
Desta forma
temos a garantia da inclusão dos Surdos na sociedade e garantia de que terá uma
educação que lhe proporcione desenvolver suas potencialidades, como qualquer
outro cidadão brasileiro. Veremos agora um breve histórico da Educação Musical
no Brasil para depois fazermos algumas reflexões sobre as relações entre ambas.
Educação
Musical no Brasil
No
Brasil, o ensino da música nas escolas foi instituído ainda no Regime Imperial,
em 1854, através do Decreto nº 1.331. Porém, foi somente a partir dos anos
1930, quando o projeto Orfeônico instituído por Villa-Lobos alcança
legitimidade nacional, que se inicia uma etapa de maior destaque para o ensino
da música (HENTSCHKE e OLIVEIRA, 2000, p. 47). No entanto, no decorrer dos anos
seguintes, uma série de medidas governamentais trataram o ensino da Arte como
um todo, de forma confusa e instável. De acordo com Penna (2012. P.122)
A legislação educacional estabelece, há quase quarenta anos, um espaço
para a arte, em suas diversas linguagens, nas escolas regulares de educação
básica. No entanto, esta presença da arte no currículo escolar tem sido marcada
por indefinições, ambiguidade e multiplicidade.
Essa
afirmação precede a análise que a autora faz das duas LDBs que são
particularmente deliberativas para a definição do espaço dedicado ao ensino da
música nas escolas regulares: a Lei 5692/71 e a atual LDB, Lei 9694/96. A
primeira estabelece a obrigatoriedade da “Educação Artística” nos currículos de
1º e 2º graus. Entretanto, no primeiro momento não ficam definidas com clareza
quais linguagens artísticas estão contempladas nessa disciplina.
Surgem
então os cursos de Licenciaturas Curtas que procuravam habilitar os professores
em uma abordagem integral das diversas linguagens artísticas e as Licenciaturas
Plenas que procuravam habilitar os professores em quatro linguagens da arte:
Artes Plásticas, Artes Cênicas, Música e Desenho. Podemos concluir, junto com
Penna, que a polivalência exigida do professor que marca a implantação da
Educação Artística contribuiu para “a diluição dos conteúdos específicos de
cada linguagem, na medida em que prevê um trabalho com as diversas linguagens
artísticas, a cargo de um único professor” (PENNA, 2010, p. 125). A dificuldade
de formação dos professores nas quatro linguagens acarretou na perda de espaço
da música nas escolas (bem como das Artes Cênicas) e a Educação Artística
passou a ser vista especificamente como Artes Visuais.
Com a
atual LDB, a Lei 9694/96, foi instituída em substituição a Educação Artística,
o “Ensino da Arte”. Desta forma fica estabelecido o ensino das Artes Visuais,
da Dança, da Música e do Teatro nas escolas regulares. Embora tenham sido
elaborados os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 2008) especificando os
conteúdos a serem trabalhados em cada uma dessas linguagens e tenha ficado
estabelecido que cada uma delas seriam
desenvolvidas por professores especialistas (Brasil, 2006), não há consenso de como
seria a distribuição desses profissionais nas escolas, ficando a cargo das
Secretarias de Educação e escolas a decisão de qual área da Arte seria
trabalhado na escola. A área da Música, através de instituições como ABEM –
Associação Brasileira de Educação Musical, ANPPOM – Associação Nacional de
Pesquisa e Pós- Graduação em Música, bem como professores de música de escolas
públicas e particulares, iniciaram um movimento para institucionalização da
obrigatoriedade do ensino da música nas escolas.
Dessa
campanha denominada “Quero Educação Musical nas Escolas” resultou a aprovação
da Lei 11.769/2008 tornando obrigatória a presença de pelo menos um professor
de música em todas as escolas brasileiras. Finalmente, em 04/12/2013 foram
aprovadas as Diretrizes Nacionais, para a operacionalização do ensino da Música
na Educação Básica, que obriga todos os alunos das escolas de educação básica
brasileira a terem acesso à educação musical.
A partir desses
dois breves históricos, da educação de Surdos e da Educação Musical no Brasil,
vemos que está assegurada a educação de Surdos no sistema educacional
brasileiro em qualquer nível bem como é assegurado o direito a Educação Musical
para todos os alunos brasileiros do Ensino Fundamental e Médio. Desta forma,
temos assegurado o direito de alunos surdos terem aulas de música. Mas... como
fazer? É possível?
2 MÚSICA PARA SURDOS: COMO FAZER?
Música é som? também...e som é vibração. Música
é movimento?...também...e movimento é vida, é intenção, é expressão. Logo, o
surdo não pode “ouvir” o que está acontecendo, mas pode sentir através da
vibração e compreender através do movimento as intenções musicais (Viviane
Louro, Rededuc, s/d).
É muito comum as dúvidas
e às vezes até espanto das pessoas quando se fala em Música para Surdos. As
controvérsias são muitas e as dúvidas também. Devemos deixar claro que a
percepção da música, ou mesmo dos sons, não são concebidos da mesma forma para
os alunos Surdos e os ouvintes. Sá (2008) faz algumas considerações importantes
que precisam ser consideradas antes de pensarmos como deve ser a Educação
Musical dos Surdos. De acordo com essa autora
É
muito importante que sejam questionados os objetivos pedagógicos a serem
perseguidos com as atividades musicais para surdos: o que se pretende é
oferecer aos surdos o direito de conhecer este elemento cultural humano tão
importante, ou, o que se pretende é obrigar os surdos a participarem de algo
que não faz sentido para eles? Estamos tratando de uma oferta ou de uma obrigatoriedade?
De uma troca ou de um pacote depositado? (SÁ, 2008, p. 2).
Sá se refere a validade de atividades
como, por exemplo, um coral de Surdos em que eles meramente copiam o ouvinte-modelo
que se põe a fazer sinais, acompanhando a música que os ouvintes estão
apreciando. O que acontece muitas vezes é que os ouvintes pensam que os Surdos
devem apreciar a música da mesma forma que eles.
Pelas diferenças entre Surdos e não
Surdos, a Educação musical deve ter propósitos distintos. As atividades
precisam ser adaptadas de acordo com as necessidades de cada grupo. Viviane
Louro (Rededuc, s/d), Educadora Musical que se dedica ao estudo do ensino da
música para pessoas com deficiência física, mental, visual, auditiva e
múltiplas nos dá algumas dicas de como organiza seu trabalho com Surdos:
Musicalmente
falando, o primeiro grande desafio é fazer o surdo se concentrar e compreender
a importância de se manter uma pulsação. Então, sempre começo com exercícios de
concentração e pulsação. Num segundo momento introduzo a leitura rítmica
musical, pois o fato de aprender a ler as figuras colabora em muito com a
organização neurológica dos alunos e facilita a compreensão musical. Paralelo a
esse trabalho, faço vários exercícios psicomotores e alguns para ampliar a
sensibilidade tátil e “percepção” do som através das vibrações (LOURO, s/d, p. 1)
São uma série de aspectos a serem
trabalhados, a pulsação, a leitura rítmica, a percepção das vibrações, sendo
cada um deles de extrema importância para a compreensão musical. Cecília
Cavalieri França nos contempla com uma obra de literatura infantil chamada O silencioso mundo de Flor. O livro
conta a história de Flor, uma menina surda que é levada por seu amigo ao
barracão de uma Escola de Samba. Lá ela tem oportunidade de sentir a vibração
de cada instrumento, associando com sua intensidade, altura e timbre,
características sonoras básicas para entendermos as músicas. Em minha opinião, excelente
referência para um bom trabalho de Educação Musical com alunos Surdos.
Viviane
Louro aponta ainda outros aspectos importantes a serem considerados na hora da
aula de música para Surdos. Uma delas é a necessidade de apurar o quanto os
alunos possuem ou não de resíduo auditivo e como utilizar os instrumentos
musicais para maximizar a aprendizagem do aluno.
Há aqueles que percebem melhor os instrumentos graves,
outros preferem os agudos, pois os graves “machucam” o ouvido. Muitos alunos
apesar de serem surdos possuem hipersensibilidade auditiva e isso quer dizer
que são hiper sensíveis a determinados sons. O professor precisa estar atento a
isso, pois expor um aluno desses a muito som pode fazer com que ele perca o
pouco que possui de resíduo auditivo (LOURO, s/d, p. 1).
Outra
questão apontada pela autora é quanto ao aparelho auditivo.
Muitos acreditam que se o aluno usar aparelho está tudo
resolvido. Muito pelo contrário, em minhas aulas de música geralmente os alunos
que utilizam aparelho os tiram na hora da aula, pois a função do aparelho
é ampliar a “sensação” auditiva do som ao redor e não fazer a pessoa ouvir.
Sendo assim, na aula de música o aparelho às vezes atrapalha, pois confunde a
pessoa se houver, por exemplo, vários instrumentos sendo tocados ao mesmo tempo
(LOURO, s/d, p.1).
Levando em consideração essas
importantes colocações feitas por Viviane Louro, seguimos agora com algumas
sugestões de atividades musicais adaptadas para alunos Surdos.
3 SUGESTÕES DE ATIVIDADES
Atividade 1:
Um exemplo de
atividade tem como conteúdo o timbre, com a intenção de observar como é feita
esta distinção pelos surdos. Para nós ouvintes, timbre significa a qualidade ou
o ‘colorido’ de um som. “As variações de
timbre são percebidas, por exemplo, como agrupamentos de sons tocados por um
mesmo instrumento musical, ou falados por uma mesma pessoa, mesmo que estes
sons possam ser bem distintos entre si, de acordo com sua altura, intensidade
ou duração” (LOUREIRO; PAULA, 2006, p.58).
A atividade
consiste em sentar os alunos em volta de uma mesa e colocar vários objetos na
mesa como garrafa de vidro, pote plástico e de metal, caixa de madeira, etc.
Deve-se tocar com uma baqueta cada um dos objetos enquanto os alunos ficam com
as mãos em cima da mesa para sentir as vibrações. É preciso certificar-se que
todos os alunos saibam identificar os objetos, seja por libras ou convenção de
algum outro tipo de sinal para cada objeto. Depois desta fase de conhecimento da
produção sonora de cada objeto e da vibração, o passo seguinte é vendar os
olhos dos alunos e tocar cada objeto com a baqueta para que eles os
identifiquem. Esta atividade poderá ser ampliada posteriormente utilizando-se instrumentos
musicais (SILVA, 2008, p. 5).
Atividade 2:
Essa atividade
tem como objetivo trabalhar o ritmo com os alunos Surdos.
Essa duração de
tempo no padrão do ocidente tem suas batidas específicas sendo conhecido como
ritmo divisivo. Um dos métodos utilizados para a formação musical de Surdos é a
realização de exercícios de percussão corporal. O instrumento é o próprio
corpo, criando arte musical através de palmas, estalos, pisadas, batidas no
peito e na boca alcançando resultados musicais variados e interessantes,
proporcionando mais igualdade de oportunidade no acesso a educação musical
entre os alunos ouvintes e Surdos. É importante que, sempre, antes das
atividades musicais propriamente ditas, se prepare o corpo para tal, destacando
alguns momentos para alongamento (relaxamento) e exercício de respiração e
concentração.
Guiados pela luz
do metrônomo ou pela rotação de segundos do ponteiro do relógio, cada componente
emite um som (sequências de palmas, estalos batidas no peito, etc.) que,
combinados com outro som executado pelo seguinte componente, finaliza em uma
ordenação de sons agradáveis. É importante acreditarmos na sua capacidade
musical até porque essas atividades de ritmo como ponto de partida do processo
educacional musical, já despertam neles reações de contentamento e prazer,
sentimentos esses, natos de quem percebe e sente o poder da música.
É desafiador e
totalmente possível para os Surdos, levando em conta suas características
biológicas, manterem a pulsação em movimentos que emitem sons. Devem-se
trabalhar também algumas noções de leitura rítmica musical, pois a leitura e
compreensão das figuras concorrem
para maior desenvoltura na execução da musicalidade (PEREIRA, 2012, p. 3).
Atividade 3:
Essa
atividade é chamada de Jogos dos palitos.
Consiste
em acompanhar a pulsação e discriminar em qual delas foi tocado o instrumento
musical. Tem o objetivo de trabalhar discriminação visual, pulsação,
sequenciação, atenção, lateralidade (discriminação da leitura – esquerda para a
direita); abstração. O jogo é composto pelos seguintes materiais: quatro
palitos de sorvete para cada grupo com quatro alunos, quatro círculos de EVAS
(etil vinil acetato, emborrachado) para cada grupo e um instrumento musical. No
princípio do jogo deve-se distribuir quatro palitos de picolé para cada grupo e
pedir que coloquem um ao lado do outro, em posição vertical. Depois disso,
distribui-se pequenos círculos feitos com material emborrachado. Depois devemos
mostrar a todos o instrumento que se utilizará na atividade, podendo ser um
tamborim, ou uma flauta ou um agogô entre outros.
Explica-se aos
alunos que cada som percutido corresponderá a cada palito de picolé, no caso,
quatro e que será simulado o toque do instrumento, porém só será tocado em um
dos movimentos. Os alunos devem marcar com o círculo emborrachado o palito
correspondente ao som percutido. Este jogo é muito importante para trabalhar a
atenção (pulso e instrumento) nos palitos, direcionamento (esquerda-direita),
associação do toque da pulsação com o palito, entre outros. (SILVA, 2008, p. 5).
Atividade
4:
Esta
atividade foi baseada no livro Lenga la Lenga: jogos de mãos e copos de
Viviane Beineke e Sérgio Freitas (2006). Este livro é um material didático que
contém canções tradicionais brasileiras arranjadas para jogos de mãos e copos,
explorando ritmos e brincadeiras tradicionais da infância. Este material contém
um CD-ROM Interativo e um DVD com as canções. O material necessário para esta
atividade foi copos de plástico com papel contact colorido. A atividade
visa estimular a lateralidade, equilíbrio dinâmico dos copos, noção espacial e
temporal, pulsação, atenção, ritmo, andamento, memória, sequenciação, parceria,
entre outros.
A
atividade consiste em executar ritmos com copos em cima da mesa e mãos. A
sequência da atividade é a seguinte: bater palma, pegar o copo pelo fundo,
segurando e levantando e bater a boca do copo no chão. A sequência é baseada na
proposta de Beineke para a música Rabo do Tatu. É uma música binária. No
primeiro compasso, os alunos batem palma e pegam o copo. No segundo, batem a
boca do copo e esperam um tempo em pausa. Todos, sentados em volta da mesa,
fazem essa sequência, repetindo-a até ser indicado o momento de parar (SILVA,
2011, p. 27).
4 CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Na primeira parte do artigo foram feitas
algumas colocações a respeito do histórico da Educação para Surdos e da Educação
Musical no Brasil, ambas as áreas em desenvolvimento e buscando espaço nas
escolas regulares e específicas. Em seguida foram feitos alguns comentários a
respeito da dificuldade da compreensão de como devem ser as aulas de música
para Surdos e os cuidados que o professor de música deve ter, considerando a
especificidade dos alunos. Para finalizar são apresentadas algumas sugestões de
atividade para que os alunos Surdos tenha a oportunidade de entender as músicas
de sua cultura e de outras também.
Além dessas atividades apresentadas
nesse artigo, há uma infinidade de outras que podem ser trabalhadas com alunos
Surdos. Cada uma delas ajuda no desenvolvimento motor, psíquico, emocional
entre outras desses alunos. Embora ainda pouco explorada, tanto pela Educação
Musical quanto pela Educação de Surdos, são atividades que trazem benefícios
importantes. Para que essa área se expanda, são necessárias medidas
constitucionais, como por exemplo, a inclusão da disciplina de Educação
Especial nos cursos de Licenciatura em Música, criando a possibilidade, e
facilitando, o trabalho desses profissionais de trabalharem não só com alunos
Surdos, mas com outras deficiências também, uma vez que a música pode ser
benéfica para o desenvolvimento de qualquer indivíduo com deficiência ou não.
O objetivo deste artigo, obviamente, não
é esgotar o assunto, mas colaborar para a divulgação dessa importante prática
para a Educação dos Surdos, uma vez que são escassos os estudos a esse
respeito. É importante que cada vez mais esses alunos passem pela experiência
de terem aulas de música para que possam descobrir um mundo que certamente se
abre ao terem contato com os sons.
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educação nacional. Diário Oficial
[República Federativa do Brasil]. Brasília, DF, em 28 de dez. de 1996.
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