domingo, 15 de abril de 2018

Interdisciplinaridade

Mais uma vez as interdisciplinas do semestre se cruzam, se interpõe, se misturam, se mesclam, se confundem... E curiosamente o fio condutor deste semestre é justamente 

INTERDISCIPLINARIDADE

Numa posição pessoal, levo a EJA como uma espécie de "carro chefe", uma vez que é o público que estou trabalhando atualmente. Para formar a rede vem o Seminário Integrador VII com as escolas democráticas, construtivismo e empirismo, a Didática, Planejamento e Avaliação com o planejamento interdisciplinar, a Educação e Tecnologias nos dando ideias de meios digitais para este planejamento e a Linguagem e Educação com as teorias de Piaget e Vigotsky nos apontando a linguagem como mediadora do conhecimento.

Essa conexão que percebemos no PEAD é certamente o resultado de um planejamento conjunto entre os professores de cada interdisciplina. E não há melhor forma de nos fazer perceber a importância dessa interdisciplinaridade do que agindo de uma forma interdisciplinar. 

Esta semana temos a tarefa de planejar uma aula que tenha no mínimo três disciplinas envolvidas. É um desafio! Mas temos bons exemplos e um bom aporte teórico desenvolvido no decorrer do semestre.

Reproduzo aqui uma crítica muito contundente da compartimentação das disciplinas no universo escolar, trazido pela interdisciplina Seminário Integrador VII.

“A especialização sem limites culminou numa fragmentação crescente do horizonte epistemológico. Chegamos a um ponto que o especialista se reduz àquele que, à causa de saber cada vez mais sobre cada vez menos, termina por saber tudo sobre o nada. (...)”.
Em nosso sistema escolar, “ensina-se um saber fragmentado, que constitui um fator de cegueira intelectual, que decreta a morte da vida e que revela uma razão irracional. A ponto de o especialista não saber nem mesmo aquilo que acredita saber. Essas “ilhas” epistemológicas, dogmática e criticamente ensinadas, são ciumentamente mantidas por estes reservatórios ou silos de saber, que são as instituições de ensino, muito mais preocupadas com a distribuição de suas fatias de saber, de uma ração intelectual a alunos que não têm fome. (...)
            É por isso que o interdisciplinar provoca atitudes de medo e de recusa. Porque constitui uma inovação. Todo o novo incomoda. Porque questiona o já adquirido, o já instituído, o já fixado e o já aceito.”
 
(JAPIASSU, Hilton. A questão da interdisciplinaridade. Revista Paixão de Aprender. Secretaria Municipal de Educação, novembro, n°8, p. 48-55, 1994.)
Estas ilhas epistemológicas de que escreve o autor, continuam a existir em muitas escolas atuais. As razões são muitas:  as políticas públicas que não proporcionam momentos de planejamento aos professores, a falta de preparo dos professores, as precariedades físicas das escolas, entre tantos outros. 
Na verdade nada disso impede um planejamento interdisciplinar, mas dificulta, torna mais penoso e menos prazeroso, fazendo com que muitos se percam no caminho.

Continuemos na luta!!!!!!!


Um comentário:

  1. olá, Kenia, tem muitos professores que tentam realizar atividades interdisciplinar, mas são barrados pelos próprios colegas, a decadência da educação, com escola sucateadas, muitas vezes sem o minimo, como o giz e papel higiênico, atrasado nos salários, desmotivam o professor, e no centro o aluno sofre com todos estos problemas. Sonhemos com una escola perfeita!!
    Abraços

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