A semana que passou foi repleta de tarefas com assuntos variados. Foi difícil selecionar um para refletir aqui no blog. As contribuições de Comênio, da interdisciplina de Didática, nossas memórias quanto as tecnologias usadas na escola, na interdisciplina de Tecnologias, as correntes teóricas sobre a aquisição da linguagem, na interdisciplina de Linguagem... Muitas coisas me interessaram e me deixaram com vontade de escrever sobre elas. Mas, por ser mais próximo da minha prática pedagógica, resolvi mais uma vez escrever sobre a EJA.
Durante a leitura do texto Trajetória da escolarização de jovens e adultos no Brasil, de Friedrich et all (2010) me chamou atenção uma citação feita pelos autores da Lei 9394/96, definindo o público da EJA: "Os que não tiveram acesso à educação na idade própria" (Brasil, 1996 apud Friedrich et all 2010, p. 401).
A grande maioria do público da EJA se enquadra nesta definição, porém quero chamar atenção para uma parcela desse público que cresce a cada ano: aqueles alunos, de 15 anos, que estudaram sempre, mas que, devido a problemas de aprendizagem e/ou indisciplina, passam a frequentar a EJA. Em outras palavras, aqueles alunos que a escola diurna não sabe mais como lidar, passam para o noturno.
Para este público, o discurso de volta aos estudos, retorno por estar mais maduro e enfim percebeu que pelo estudo alcançará seus sonhos, não se aplica. São jovens que, a qualquer época do ano, assim que completam 15 anos, deixam seus colegas do dia, sua turma, seus amigos, para frequentarem uma realidade que, mesmo sendo na mesma escola, é muito diferente. Rotina, tratamento de colegas e professores, maneiras de apresentar os conteúdos... tudo é novo, diferente.
Na maioria dos casos, notamos uma sensível diferença no comportamento dos alunos que passam por esta situação. Fico me perguntando se não são tomados pelo medo, ou inibidos por estar em um ambiente novo... colegas com idade de seus pais, as vezes seus avós... colegas com muito mais experiências de vida, às vezes ex presidiários, cumprindo medidas sócio-educativas... situações que assustam até mesmo nós, professores...
Ao lado disto, temos que considerar a nossa prática pedagógica como professores da EJA. Essa parcela de público que citei acima, ainda é pouco falada pela literatura especializada. Ao mesmo tempo nos apresenta um público ainda mais diversificado. E haja estratégias para tanta diversidade!!!!!!!
Referências
FRIEDRICH et all. Trajetória da escolarização de jovens e adultos no Brasil: de plataformas de governo a propostas pedagógicas esvaziadas. Ensaio. Rio de Janeiro, v. 18, n. 67, p. 389-410, abr./jun. 2010.
Olá, o público da modalidade EJA é diversificado, como você muito bem explicou, alunos que saem das escolas diurnas por problemas de comportamento e aqueles que se sentem mal por serem "grandes" para frequentar a escola com colegas menores, ai recorrem ao EJA, outros, por terem que ir trabalhar durante o dia, e tem aqueles que pararam à muito tempo e num determinado momento, precisam ou podem realizar o sonho de terminar os seus estudos.
ResponderExcluirAbraços