Neste semestre teremos a interdisciplina Educação de Jovens e Adultos no Brasil. É com grande alegria que me remeto às expectativas que tenho quanto a esta interdisciplina, pois será um assunto diretamente ligado à minha prática docente.
Trabalho na EJA da E.M.E.F. Judith Macedo de Araújo como professora de Artes. Das 60 horas que atuo na Escola, as 20 horas que dedico à EJA são para mim as mais prazerosas. É uma dinâmica bem diferente do turno diurno. Uma outra prática se faz necessária.
Atualmente os alunos que frequentam a EJA não são mais somente adultos trabalhadores que não estudaram no tempo certo. Hoje a EJA é repleta de adolescentes que, por alguma razão, não conseguiram mais frequentar o ensino regular diurno. O resultado disto são salas de aulas repletas de adolescentes entre 15 e 18 anos, com poucos alunos mais velhos.
Este ano mesmo, quando as aulas iniciaram, me surpreendi com a quantidade de alunos das turmas de sexto e sétimo ano diurno da escola que agora passam a frequentar a EJA.
Mas não há como não comentar também sobre o perfil das séries iniciais. As turmas T1 e T2 ainda tem aquele antigo perfil da EJA, ou seja, adultos em fase de alfabetização. Embora eu não os atenda, pois atuo somente com as séries finais, percebo a importância da escola para aqueles alunos. O papel socializador que a escola exerce é algo extremamente importante. Muito embora este aspecto também seja importante para as séries finais. Apenas noto que para as séries iniciais ele se potencializa.
Isso me remete às minhas memórias de infância. Minha avó foi alfabetizada já adulta. Lembro dela ir para a escola. Obviamente eu, ainda criança, achava aquilo muito estranho, por isso perguntei à ela por que ia para a escola. Ela me respondeu "Ah... é pela folia que a gente faz". Hoje a entendo. Imagino o quanto a socialização que aquele espaço oferecia à ela era importante para sua vida.
Por tudo isto, estou ansiosa para começarmos a interdisciplina sobre a EJA. Acredito que vou aprender muito e também terei muito a contribuir.
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