Os professores da interdisciplina Educação e Tecnologias da Comunicação e da Informação sugeriram a leitura de alguns textos. Ao ler o texto "A cultura digital nas escolas: para além da questão do acesso às tecnologias digitais", de Lopes e Schlemmer, fiz algumas reflexões à partir do seguinte trecho:
Num pais de escala continental como o Brasil, as políticas e ações para a inclusão digital têm centrado seus esforços primordialmente em possibilitar o acesso a alguns recursos digitais, principalmente à internet. Porém, a reflexão sobre a via de exclusão que tem surgido em relação à cultura digital não pode ficar limitada às questões econômicas, à questão do acesso material aos aparatos tecnológicos que possibilitam o acesso ao mundo digital. É preciso levar em consideração a análise dos novos regimes cognitivos que se produzem em interação com as tecnologias digitais, principalmente nos espaços escolares, à medida que esses espaços passam a exercer papel primordial nas políticas públicas de inclusão digital. Nesse sentido, o problema de se fazer parte de uma cultura digital que entra na pauta das atribuições da escola traz à tona um duplo processo: técnico e simbólico; isto é, a discussão que envolve as tecnologias digitais exige que se leve em consideração tanto os aspectos técnicos quanto culturais. (LOPES; SCHLEMMER, 2012, p. 158).
A questão material é fundamental, ou seja, computadores, internet, são pontos básicos para que a inclusão digital aconteça. Mas há algumas considerações a fazer. Atualmente, mesmo em comunidades bastante pobres, a grande maioria dos alunos, pelo menos os adolescentes, possuem um celular. E diga-se de passagem, muitas vezes de ótima qualidade. Isso resolve, em parte, o problema do acesso à máquina. O acesso à internet, noto que muitos possuem, mas nem todos. O que vejo é um compartilhamento, entre os próprios alunos, da internet. Isso proporciona uma rica ferramenta de trabalho em sala de aula.
Mas temos dois pontos a considerar:
O uso do celular é proibido na sala de aula. A lei federal que estabelece essa proibição está afixada na parede de cada sala de aula. Ou seja, o uso do celular como ferramenta ainda não se tornou um hábito entre os professores.
E ainda: já presenciei situações em que os alunos foram solicitados pelos professores a pesquisarem em seus celulares. Em resposta, vieram protestos dos estudantes, pois não queriam gastar sua internet.
São estes dois pontos que me fizeram refletir sobre a questão da inclusão digital ser essencialmente uma questão cultural. O acesso às redes sociais é muito mais valorizado pelos estudantes do que uma pesquisa acadêmica. Não que não se possa fazer trabalhos interessantes através de uma rede social, mas arrisco a pensar que a inclusão digital não seria somente o acesso às tecnologias, mas muito mais que isso, fazer os alunos se interessarem por outros recursos que a internet oferece. Talvez seja esse o nosso principal papel na inclusão digital.
Mas temos dois pontos a considerar:
O uso do celular é proibido na sala de aula. A lei federal que estabelece essa proibição está afixada na parede de cada sala de aula. Ou seja, o uso do celular como ferramenta ainda não se tornou um hábito entre os professores.
E ainda: já presenciei situações em que os alunos foram solicitados pelos professores a pesquisarem em seus celulares. Em resposta, vieram protestos dos estudantes, pois não queriam gastar sua internet.
São estes dois pontos que me fizeram refletir sobre a questão da inclusão digital ser essencialmente uma questão cultural. O acesso às redes sociais é muito mais valorizado pelos estudantes do que uma pesquisa acadêmica. Não que não se possa fazer trabalhos interessantes através de uma rede social, mas arrisco a pensar que a inclusão digital não seria somente o acesso às tecnologias, mas muito mais que isso, fazer os alunos se interessarem por outros recursos que a internet oferece. Talvez seja esse o nosso principal papel na inclusão digital.
Referências:
LOPES, Daniel de
Queiroz; SCHLEMMER, Eliane. A cultura digital nas escolas: para além
da questão do acesso às tecnologias digitais. In: SEGATA, Jean;
MÁXIMO, Maria Elisa; BALDESSAR, Maria José (Org). Olhares sobre a
cibercultura. 1 ed. Florianópolis: CCE/UFSC, 2012.