sábado, 23 de setembro de 2017

Um dia de índio... no melhor dos sentidos...

Para a Interdisciplina Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História, assistimos a um vídeo de Daniel Munduruku, escritor indígena, falando sobre educação. Trata-se de um vídeo muito bonito, em que o escritor nos fala sobre a importância do brincar e como as crianças indígenas vivem o momento da infância plenamente. De uma forma integrada com a natureza, as crianças indígenas viem sua infãncia longe de qualquer preocupação adulta, sendo apenas criança. Segundo Daniel Munduruku, isso faz com que, quando chegam a fase adulta, possam também viver essa fase plenamente, sem arrependimentos e sem querer voltar a ser criança.

Tive a oportunidade, em 2014, de visitar , junto com alunos da minha escola, uma aldeia Guarani, localizada em Viamão. Foi na semana do dia do índio, em que a aldeia abriu para visitação das escolas, justamente para que conhecêssemos melhor a sua cultura. Foram momentos mágicos. Um dia sendo criança indígena. Brincamos, comemos, participamos do ritual de boas vindas... uma experiência única que gerou ricas aprendizagens para todos nós.
Algumas fotos desses momentos:

Momento de acolhida. Pudemos fazer perguntas ao cacique que nos esclareceu muitas dúvidas e curiosidades.

 Alunos indo até o terreno que iríamos fazer brincadeiras.
 Eu e as alunas Suelen e Jenifer.
 Hora da pintura.
 Crianças indígenas e nossos alunos. Jogos indígenas.
Mais jogos.


Essa visita gerou desdobramentos na sala de aula. Muitas reflexões acerca da cultura indígena foram feitas. Seus valores, as diferenças entre as culturas, foram alguns dos assuntos discutidos. É uma atividade que toda escola deveria fazer, pois foram momentos de integração e conhecimentos.

Quero também sugerir um livro da cultura Maxacali, índios de Minas Gerais. O livro traz lendas, músicas e desenhos produzidos pelos índios da aldeia e foi organizado por Rosângela Tugny, professora da UFMG. (a Editora é UFMG)Um bom material para se trabalhar em aula.

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sábado, 16 de setembro de 2017

Ética

Esta semana tratamos de ética na Interdisciplina Filosofia da Educação. 

O texto Ética: a aprendizagem da arte de viver, de Nadia Hermann (2008) e o vídeo Filosofia e ética, de Márcia Tiburi despertaram muitos questionamentos e reflexões. Temos na ética a principal fonte de percepção e aceitação do outro, do diferente. Para sermos sujeitos éticos é necessário que a alteridade faça parte da nossa vida.
Diferente da moral, que é a instituição de costumes, sejam eles bons ou maus, a ética vai fazer com que nos perguntemos: o que estamos fazendo em relação ao outro? Como estamos vendo esse outro? Com respeito, dignidade, ou nos colocamos acima de tudo sem nos importar com esse outro?

A escola entra nesta relação como espaço por excelência na mediação da formação das crianças como sujeitos éticos. A filosofia, agora de volta à escola, é o carro chefe mas não única fonte de ensinamentos sobre ética. Acredito que qualquer relação humana deve ser baseada na ática, no respeito aos direitos dos outros. E é isso que devemos acreditar e mostrar aos nossos alunos. Talvez a escola seja o único espaço em que a ética possa ser discutida e entendida. Muitas vezes, nosso público (alunos) não possue uma orientação nas suas famílias ou relações de amizades. É a escola que precisa abarcar esta responsabilidade.

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domingo, 10 de setembro de 2017

Interlocuções entre as Interdisciplinas

O trabalho realizado com as turmas de EJA que descrevi abaixo foi realizado como uma tarefa da Interdisciplina Questões étnico-raciais na educação: Sociologia e História.  Porém a atividade dialogou com as outras Interdisciplinas. Vejamos:

Filosofia da Educação: Lemos os textos O ato de estudar de Leda Miranda Hühne (2000) e O trabalho da crítica do pensamento de Marilena Chaui (2000). As autoras discutem a maneira crítica de ler um texto, passando por várias etapas até chegar a ideologia imposta nele. Ao relacionar com o vídeo de Leandro Karnal, em que ele nos fala das novas formas que a informação circula na internet, eu refleti sobre a dificuldade que temos em fazer com que nossos alunos façam essa leitura crítica dos textos quando estão acostumados com a superficialidade da internet. Penso que o que fizemos, ao ler e refletir sobre as letras das músicas apresentadas, chegamos muito próximos a leitura crítica, pois para além do que a música explicitou, percebemos a forma como o Brasil estava sendo representado. Talvez essa seja uma forma de incentivar nossos alunos a uma leitura crítica, trazendo diferentes mídias para a sala de aula.

Educação de pessoas com necessidade educacionais especiais: Estamos elaborando uma espécie de dossie da nossa escola explicitando como os alunos com necessidades especiais estão sendo acolhidos. Vimos, na atividade descrita abaixo, que o preconceito com crianças com Síndrome de Down foi lembrado. Sinal de que está presente na escola.

Desenvolvimento e Aprendizagem sob o enfoque da Psicologia II: Lemos o texto Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos de Fernando Becker. Nele o autor descreve e analisa a pedagogia diretiva, a pedagogia não diretiva e a pedagogia relacional. Na última, o professor oferece diversos materiais, problematiza, intiga a curiosidade. "Acredita que tudo o que o aluno construiu até hoje serve de patamar para continuar a construir e que alguma porta se abrirá para o novo conhecimento." De certa forma, foi a maneira que conduzi a aula, dando espaço para os alunos refletirem, trazerem seus conhecimentos e abrirem portar para novos conhecimentos.

Desta forma, nos colocando no papel de alunas, foi possível fazer relações entre as Interdisciplinas, numa rede de conhecimentos interligados.

Brasil de todos?



A figura acima é o resultado de um trabalho feito com as turmas da EJA a partir das leituras feitas na Interdisciplina Questões étnico-raciais na educação: Sociologia e História. A aula iniciou com a leitura das letras e audição das músicas Aquarela Brasileira de Ary Barroso (interpretação de Gal Costa) e O canto das três raças de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro (interpretação de Clara Nunes). A partir dessa escuta realizamos várias discussões em que predominaram o tema racismo.  Essas discussões suscitaram a realização de trabalhos que expressassem artisticamente suas opiniões, sentimentos, histórias...  Escolhi iniciar com o trabalho em que o aluno escolheu fazer a pergunta Brasil de todos? por achar um dos trabalhos mais expressivos de nossas discussões.

Mas também outros bastante significativos foram produzidos 



Apesar da predominância do tema negro, também tivemos outros temas lembrados...



Alguns alunos preferiram escrever. E descrevo aqui o texto de uma aluna da turma T61 que considerei o resumo de tudo o que foi falado nas discussões:

Brasil
O Brasil miscigenado, penso que temos sorte em pertencer a este país. Sei que temos diversos problemas, talvez um dos piores (em relação a política, economia, empregos, etc.). Porém, algo me orgulha em nosso país, a diferença. Em nosso país encontramos pessoas de diversas etnias, brancos, negros, asiáticos, albinos, dentre outros... Por alguns momentos sinto que somos o melhor país de conviver com as diferenças.
Mas por outro lado, penso que talvez não sejamos, pois muitas vezes ouço e vejo pessoas se ofendendo com palavras, apenas por serem diferentes. Penso que não é necessário nada disso, pois apesar de diferentes, somos todos iguais e todos temos nossa beleza (C.S).


domingo, 3 de setembro de 2017

Diferença

Sempre tenho a preocupação de pensar sobre o tema, o assunto, a palavra que pode ser considerada a "linha mestra" do semestre. Aquele termo que "costura" as interdisciplinas. No presente semestre, não foi preciso esperar para identificar, pois foi revelado já na primeira aula presencial do Pead: 


DIFERENÇA

Eis o termo que guiará nossas reflexões ao longo do VI semestre de nosso curso. Já estamos com muitas tarefas e o semestre promete ser denso. Denso no sentido de muitas reflexões, muitas relações, e muitas aprendizagens. Que seja um ótimo semestre!!!!

Termino com um poema de Caio Fernando Abreu que li na aula presencial da interdisciplina Questões étnico-raciais na educação: Sociologia e História.


"Continuo a pensar que quando tudo parece sem saída, sempre se pode cantar. Por essa razão escrevo"



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