segunda-feira, 17 de junho de 2019

Educação aberta... novas reflexões


No dia 28 de agosto de 2018 publiquei um texto sobre Educação Aberta. Na época estava cursando duas disciplinas eletivas: Cultura digital e mídias móveis na educação e Educação à distância e ambiente de aprendizagem.

Link para postagem:

https://keniaswerner.blogspot.com/2018/08/em-construcao.html

A postagem reflete sobre o texto Educação aberta: configurando ambientes, prática e recursos educacionais (Amiel, 2012). Essa autora define educação aberta da seguinte forma: "fomentar (ou ter a disposição) por meio de práticas, recursos e ambientes abertos, variadas configurações de ensino e aprendizagem, mesmo quando essas aparentam redundância, reconhecendo a pluralidade de contextos e as possibilidades educacionais para o aprendizado ao longo da vida" (AMIEL, 2012, p. 19).

A Educação aberta como define Amiel, tem muito a ver com o projeto que estou desenvolvendo como trabalho final da Interdisciplina Criatividade. Com o propósito de criar algo inovador para nossas práticas, estou planejando produzir pequenos vídeos que possam orientar meus alunos de teclado nos seus estudos domiciliares. Eis o esboço do projeto:


Título da Atividade: Aulas de Teclado em grupos


  1. MOTIVAÇÃO

No ano de 2019 troquei de escola e tive um novo desafio: dar aulas de teclado em grupos de até oito pessoas. Tradicionalmente as aulas de instrumentos, principalmente teclado, são ministradas individualmente, dando atenção total para o aluno, trabalhando-se questões teóricas, técnicas e de repertório. Precisei desenvolver uma forma de trabalhar que contemplasse essa nova perspectiva de ensinar o instrumento.


  1. DESCRIÇÃO

O Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores (CMET) é uma escola que atende, nos três turnos, somente alunos de EJA. Além da educação regular, possui alguns projetos, como teatro, dança, capoeira e o Centro Musical. Estes projetos atendem não apenas os alunos regularmente matriculados na escola, mas também pessoas da comunidade, partindo do princípio da educação continuada ao longo da vida, a chamada função permanente da EJA.

Mais do que uma função, ela é o próprio sentido da EJA. Ela tem como base o caráter incompleto do ser humano cujo potencial de desenvolvimento e de adequação pode se atualizar em quadros escolares. Mais do que nunca, ela é um apelo para a educação permanente e criação de uma sociedade educada para o universalismo, a solidadriedade, a igualdade e a diversidade (PARECER CNE/CEB 11/2000, p. 11).

O Centro Musical oferece aulas de violão, flauta, cavaquinho, teclado, técnica vocal, canto e teoria e percepção. Este é o primeiro ano que o Centro Musical oferece aulas de teclado e eu sou a professora. Para iniciarmos conseguimos oito teclados, entre doações, empréstimos de professores e dois que o Centro já possuía. Tínhamos alguns problemas iniciais, como apenas uma tomada na sala, nos obrigando a colocar várias extensões para ligar todos eles. Com isso, faltaram as extensões. Enfim, vários problemas técnicos que foram resolvidos com a participação e colaboração dos professores e dos alunos.
Minha formação é em Piano. Basicamente a diferença entre o teclado e o piano é que o teclado tem menos teclas e elas são mais “leves” que a do piano, impossibilitando algumas formas de expressão (como tocar forte ou fraco, por exemplo). Mas essas não foram as razões que me vi obrigada a pensar uma forma diferente de dar aula. O fato é que aulas de instrumentos, principalmente o piano, é ministrada individualmente, sendo dada toda atenção a apenas um aluno durante uma hora/aula. Obviamente em uma escola pública isso não seria possível, então montamos grupos com oito alunos (número de teclados disponíveis) e eu tive que me organizar para atendê-los.
O primeiro passo foi pedir que trouxessem fones de ouvido para que cada um pudesse tocar seu instrumento sem atrapalhar os outros. Comecei então a atender um a um, ficando os alunos tocando sozinhos enquanto eu atendia os outros. Com duração de uma hora e meia cada aula, não era suficiente esse atendimento, pois muitos alunos precisam repetir muitas vezes cada peça ou exercício técnico proposto para que fixem a forma correta e possam estudar sozinhos em casa. Principalmente os alunos iniciantes, essa autonomia é mais difícil, pois a maioria deles nunca haviam tido aulas de teclado. Para os alunos iniciantes, estou usando o livro The Leila Fletcher Piano Course, um método progressivo de ensino que possibilita o trabalho com a clave de Sol e de Fá paralelamente. Embora as peças/estudos sejam bastante simples, requerem certos cuidados para o estudo correto.
Para auxiliar esses alunos, pretendo gravar vídeos em que eu toque as músicas para os alunos terem uma referência em casa. Esses vídeos serão enviados para o grupo de watts app para que todos tenham acesso. Neles serão mostrados aspectos técnicos, como dedilhado, altura das notas, etc., e expressivos, como andamento, intensidade, fraseado, etc. Isso impedirá que os alunos estudem cometendo pequenos erros que depois de incorporados, são difíceis de reorganizar.



  1. NATUREZA INOVADORA

Não há exatamente uma grande novidade em gravar vídeos explicativos para se ensinar um instrumento musical, no entanto, creio que a inovação se dá pelo contexto de aula presencial em grupos, principalmente por os vídeos serem de exercícios e repertórios específicos vistos em aula. E ainda, os alunos estudam diferentes repertórios, então assistir aos vídeos feitos para os colegas, pode criar interesse por outros repertórios.
No texto Educação aberta: configurando ambientes, prática e recursos educacionais Amiel, (2012) trabalha com o conceito deescola aberta, que para a autora significa: "fomentar (ou ter a disposição) por meio de práticas, recursos e ambientes abertos, variadas configurações de ensino e aprendizagem, mesmo quando essas aparentam redundância, reconhecendo a pluralidade de contextos e as possibilidades educacionais para o aprendizado ao longo da vida" (AMIEL, 2012, p. 19). Sendo assim, quanto mais recursos oferecemos aos nossos alunos, mais oportunidades estamos dando para se dar aprendizagens.


4. OBJETIVOS

Criar estratégias para aula de teclado em grupo;
Atender um maior número de alunos nas aulas de instrumentos;
Possibilitar o estudo em casa do instrumento com autonomia por parte dos alunos.


5. METODOLOGIAS E ESTRATÉGIAS

Gravar vídeos explicativos de exercícios e repertórios específicos de cada aluno durante a aula presencial;
Compartilhar esses vídeos nos grupos de watts app para auxiliar os alunos nos estudos domiciliáres;
Conversar com os alunos sobre as formas de apresentar o conteúdo, adaptando de acordo com as necessidades e comentários dos alunos.



6. AVALIAÇÃO

A avaliação do aprendizado é feita semanalmente nas aulas presenciais. Os vídeos servem de apoio par que sejam corrigidas eventuais erros de interpretação. A cada aula será avaliada o avanço do aluno dentro de suas possibilidades. A partir destas avaliações individuais, será possível avaliar a eficácias desta estratégia para o ensino de teclado.



7. RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se que os alunos consigam orientar-se com autonomia nos estudos domiciliares diários, evitando erros de interpretação dos exercícios e repertórios.


Também gostaria de mencionar o fato da postagem ser um trabalho feito em uma das interdisciplinas. Muitas vezes isso é criticado pelos colegas e professores, no entanto penso que, sendo contextualizada e acompanhada de uma análise, é válida, pois acho uma pena entregarmos trabalhos para nossos professores e não compartilharmos com os colegas. Postar no blog uma atividade significa dar acesso a nossa produção acadêmica. 


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