No dia 28 de agosto de 2018 publiquei um texto sobre Educação Aberta. Na época estava cursando duas disciplinas eletivas: Cultura digital e mídias móveis na educação e Educação à distância e ambiente de aprendizagem.
Link para postagem:
https://keniaswerner.blogspot.com/2018/08/em-construcao.html
A postagem reflete sobre o texto Educação aberta: configurando ambientes, prática e recursos educacionais (Amiel, 2012). Essa autora define educação aberta da seguinte forma: "fomentar (ou ter a disposição) por meio de práticas, recursos e ambientes abertos, variadas configurações de ensino e aprendizagem, mesmo quando essas aparentam redundância, reconhecendo a pluralidade de contextos e as possibilidades educacionais para o aprendizado ao longo da vida" (AMIEL, 2012, p. 19).
A Educação aberta como define Amiel, tem muito a ver com o projeto que estou desenvolvendo como trabalho final da Interdisciplina Criatividade. Com o propósito de criar algo inovador para nossas práticas, estou planejando produzir pequenos vídeos que possam orientar meus alunos de teclado nos seus estudos domiciliares. Eis o esboço do projeto:
Título
da Atividade: Aulas de Teclado em grupos
- MOTIVAÇÃO
No ano de 2019 troquei de escola e tive um novo desafio: dar aulas de
teclado em grupos de até oito pessoas. Tradicionalmente as aulas de
instrumentos, principalmente teclado, são ministradas
individualmente, dando atenção total para o aluno, trabalhando-se
questões teóricas, técnicas e de repertório. Precisei desenvolver
uma forma de trabalhar que contemplasse essa nova perspectiva de
ensinar o instrumento.
- DESCRIÇÃO
O Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores (CMET) é uma
escola que atende, nos três turnos, somente alunos de EJA. Além da
educação regular, possui alguns projetos, como teatro, dança,
capoeira e o Centro Musical. Estes projetos atendem não apenas os
alunos regularmente matriculados na escola, mas também pessoas da
comunidade, partindo do princípio da educação continuada ao longo
da vida, a chamada função permanente
da EJA.
Mais do que uma função, ela é o próprio sentido da
EJA. Ela tem como base o caráter incompleto do ser humano cujo
potencial de desenvolvimento e de adequação pode se atualizar em
quadros escolares. Mais do que nunca, ela é um apelo para a educação
permanente e criação de uma sociedade educada para o universalismo,
a solidadriedade, a igualdade e a diversidade (PARECER CNE/CEB
11/2000, p. 11).
O Centro Musical oferece aulas de violão, flauta, cavaquinho,
teclado, técnica vocal, canto e teoria e percepção. Este é o
primeiro ano que o Centro Musical oferece aulas de teclado e eu sou a
professora. Para iniciarmos conseguimos oito teclados, entre doações,
empréstimos de professores e dois que o Centro já possuía. Tínhamos
alguns problemas iniciais, como apenas uma tomada na sala, nos obrigando a colocar várias extensões para ligar todos eles. Com
isso, faltaram as extensões. Enfim, vários problemas técnicos que
foram resolvidos com a participação e colaboração dos professores
e dos alunos.
Minha formação é em Piano. Basicamente a diferença entre o
teclado e o piano é que o teclado tem menos teclas e elas são mais
“leves” que a do piano, impossibilitando algumas formas de
expressão (como tocar forte ou fraco, por exemplo). Mas essas não
foram as razões que me vi obrigada a pensar uma forma diferente de
dar aula. O fato é que aulas de instrumentos, principalmente o
piano, é ministrada individualmente, sendo dada toda atenção a
apenas um aluno durante uma hora/aula. Obviamente em uma escola
pública isso não seria possível, então montamos grupos com oito
alunos (número de teclados disponíveis) e eu tive que me organizar
para atendê-los.
O primeiro passo foi pedir que trouxessem fones de ouvido para que
cada um pudesse tocar seu instrumento sem atrapalhar os outros.
Comecei então a atender um a um, ficando os alunos tocando sozinhos
enquanto eu atendia os outros. Com duração de uma hora e meia cada
aula, não era suficiente esse atendimento, pois muitos alunos
precisam repetir muitas vezes cada peça ou exercício técnico
proposto para que fixem a forma correta e possam estudar sozinhos em
casa. Principalmente os alunos iniciantes, essa autonomia é mais
difícil, pois a maioria deles nunca haviam tido aulas de teclado.
Para os alunos iniciantes, estou usando o livro The Leila Fletcher
Piano Course, um método
progressivo de ensino que possibilita o trabalho com a clave de Sol e
de Fá paralelamente. Embora as peças/estudos sejam bastante
simples, requerem certos cuidados para o estudo correto.
Para auxiliar esses alunos, pretendo
gravar vídeos em que eu toque as músicas para os alunos terem uma
referência em casa. Esses vídeos serão enviados para o grupo de
watts app para que todos tenham acesso. Neles serão mostrados
aspectos técnicos, como dedilhado, altura das notas, etc., e
expressivos, como andamento, intensidade, fraseado, etc. Isso
impedirá que os alunos estudem cometendo pequenos erros que depois
de incorporados, são difíceis de reorganizar.
- NATUREZA INOVADORA
Não há exatamente uma grande novidade em gravar vídeos
explicativos para se ensinar um instrumento musical, no entanto,
creio que a inovação se dá pelo contexto de aula presencial em
grupos, principalmente por os vídeos serem de exercícios e
repertórios específicos vistos em aula. E ainda, os alunos estudam
diferentes repertórios, então assistir aos vídeos feitos para os
colegas, pode criar interesse por outros repertórios.
No
texto Educação
aberta:
configurando
ambientes,
prática
e
recursos
educacionais Amiel,
(2012)
trabalha
com
o
conceito
de
“escola
aberta”,
que
para
a
autora
significa:
"fomentar
(ou
ter
a
disposição)
por
meio
de
práticas,
recursos
e
ambientes
abertos,
variadas
configurações
de
ensino
e
aprendizagem,
mesmo
quando
essas
aparentam
redundância,
reconhecendo
a
pluralidade
de
contextos
e
as
possibilidades
educacionais
para
o
aprendizado
ao
longo
da
vida"
(AMIEL,
2012,
p.
19).
Sendo assim, quanto mais recursos oferecemos aos nossos alunos, mais
oportunidades estamos dando para se dar aprendizagens.
4. OBJETIVOS
Criar estratégias para aula de teclado em grupo;
Atender um maior número de alunos nas aulas de instrumentos;
Possibilitar o estudo em casa do instrumento com autonomia por parte
dos alunos.
5. METODOLOGIAS E ESTRATÉGIAS
Gravar vídeos explicativos de exercícios e repertórios específicos
de cada aluno durante a aula presencial;
Compartilhar esses vídeos nos grupos de watts app
para auxiliar os alunos nos estudos domiciliáres;
Conversar com os alunos sobre as formas de apresentar o conteúdo,
adaptando de acordo com as necessidades e comentários dos alunos.
6. AVALIAÇÃO
A avaliação do aprendizado é feita semanalmente nas aulas
presenciais. Os vídeos servem de apoio par que sejam corrigidas
eventuais erros de interpretação. A cada aula será avaliada o
avanço do aluno dentro de suas possibilidades. A partir destas
avaliações individuais, será possível avaliar a eficácias desta
estratégia para o ensino de teclado.
7. RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que os alunos consigam orientar-se com autonomia nos
estudos domiciliares diários, evitando erros de interpretação dos
exercícios e repertórios.
Também gostaria de mencionar o fato da postagem ser um trabalho feito em uma das interdisciplinas. Muitas vezes isso é criticado pelos colegas e professores, no entanto penso que, sendo contextualizada e acompanhada de uma análise, é válida, pois acho uma pena entregarmos trabalhos para nossos professores e não compartilharmos com os colegas. Postar no blog uma atividade significa dar acesso a nossa produção acadêmica.
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