sábado, 26 de maio de 2018

Sábado da Família

Sábado passado realizamos o Sábado da Família na minha escola. Alunos e famílias foram convidados a participarem. A dinâmica foi a seguinte: uma palestra de um convidado para os pais, café da manhã e participação em oficinas promovidas pelos professores para alunos e pais. 
Aconteceram jogos, danças, filmes... A nossa (organizada por mim e pela colega Betina que trabalha na biblioteca), foi contação de histórias. Minha colega tem muita experiência nessa atividade e aprendi muito nesta oficina.
Organizamos os participantes em círculo ao redor de uma "fogueira", montada com papel celofane. Colocamos almofadas e bonecos para o ambiente ficar ainda mais aconchegante.


 Alunos e pais escutando as histórias
Os bonecos representando os filhos da professora Betina 

A professora Betina, além de gostar de contar histórias, também é ilustradora de livros. Então, a primeira história contada por ela foi Presentes de famílias, um livro de Daniela Perronco e ilustrações de Betina Stampe.

 Capa do livro

Professora Betina contando as histórias


O livro conta a história de uma menina que tinha os dentes muito grandes e sofria bullying na escola. O desfecho da história se dá quando a menina compreende que todas as características físicas dela são presentes da sua família, pois alguém da sua família também tem igual...
O tema foi super apropriado para o dia...
A medida que a Betina contava a história, ia mostrando as ilustrações originais, e isso foi mágico, porque as crianças, e os pais, puderam ver como foi o processo de ilustração do livro.

Ilustração original do livro

Ao terminar a história sorteamos um livro e que ganhou foi uma mãe que trabalha com Educação Infantil. Ela ficou muito feliz! E nós também!


Para finalizar as crianças e seus pais puderam registrar a história através de desenhos.

 Crianças e pais desenhando sobre a história


Foi um dia muito produtivo, tanto para os professores como para as famílias da comunidade escolar. Resolvi compartilhar esta experiência por entender foi uma atividade de muitos aprendizados. Aprendi um jeito diferente de contar histórias, com emoção e envolvimento. Isso ajudará as crianças a aprenderem a gostar de ler, de contar e escrever histórias.


sábado, 19 de maio de 2018

Plano de trabalho docente

Esta semana tivemos que elaborar um plano de trabalho docente. Elaborei e apliquei este plano com uma das turmas de alfabetização da EJA. Eis o plano e os resultados:

 PLANO DE TRABALHO DOCENTE
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Escola: E.M.E.F. Judith Macedo de Araújo
Professor (a): Kênia Simone Werner
Disciplina: Artes/Música
Série: EJA - séries iniciais
Turma: T11 e T21
  1. CONTEÚDOS
Memória auditiva
Leitura
Ordenação da sequência das frases
2. OBJETIVO GERAL
Relacionar a cultura oral (cantada) com a leitura e escrita.
 3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar, relembrar e apreciar melodias da infância
Desenvolver o canto de melodias simples
Praticar a leitura de pequenos textos
Ordenar a sequência das frases
 4. DESCRIÇÃO DE CADA UMA DAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO
A professora toca a melodia de “Cai, cai balão” na flauta. Pede aos alunos que identifique a canção, considerando ser uma música folclórica de conhecimento de todos. Após a identificação, todos são convidados a cantá-la. Depois a letra da música é escrita no quadro, sendo realizada uma leitura coletiva.
Realiza-se uma leitura individual para aqueles alunos que sentirem-se a vontade para fazê-la.
Logo após, o texto da canção é apagado do quadro e a professora distribui folhas com a letra da canção com as frases desordenadas. Os alunos deverão recortá-las e colá-las em uma folha na ordem correta.
Depois os alunos devem desenhar na folha, contextualizando a canção. 

  5. RECURSOS NECESSÁRIOS
Flauta, letra da música digitada, tesoura, cola e lápis de cor.
 6. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Será avaliado o envolvimento dos alunos em cada etapa da aula. A variedade de atividades, ou seja, o canto, a capacidade de ordenar as frases, o desenho, requerem diferentes habilidades, proporcionando ao aluno melhor desempenho naquela que mais a vontade se sentir.


Num primeiro momento, parece uma atividade um tanto infantil para ser aplicada com uma turma de EJA. No entanto, trata-se de uma turma formada por alunos com muitas dificuldades de aprendizagem e atividades como esta são  acolhidas por eles com interesse e, principalmente, com carinho. Até porque provocou não só a memória auditiva, mas também a memória afetiva, fazendo-os recordarem de sua infância.

Houve uma boa participação no canto. Todos gostaram muito. Na atividade de ordenação das frases, alguns precisaram de ajuda, que foi prestada por mim e por alguns colegas que conseguiram realizar a tarefa sem maiores dificuldades.


Alguns trabalhos resultantes da atividade:














O Plano de trabalho é fundamental para que consigamos um bom resultado nas nossas aulas. Ele não garante o bom andamento, e também devem ser flexíveis, pois é preciso saber o momento de modificá-lo, mesmo que seja no decorrer da aula. Mas ele é um guia. Ao elaborá-lo, fazemos o exercício de pensar sobre nossos objetivos e como realizá-los. É uma sistematização de nossas intenções. As vezes conseguimos executá-lo, outras vezes nem tudo sai como o planejado. Mas sem ele, fica mais difícil.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Imigrantes digitais e nativos digitais

A leitura do texto O trabalho dos professores e as novas tecnologias,  de Eliane Schlemmer (2006) provocou algumas reflexões que gostaria de compartilhar...

Começando pelo título desta postagem. Os termos "imigrantes digitais" e "nativos digitais" são muito interessantes para definir duas categorias distintas de pessoas. Por um lado, a geração analógica, que se depara com toda uma gama de tecnologias a nosso dispor, mas que temos dificuldades em nos relacionar. Entendemos o quanto são úteis e cada vez mais fazem parte de nossas vidas. E se não fizerem, ficaremos para trás, nos estudos, no trabalho, no convívio com nossos alunos e filhos. E por outro lado, não necessariamente o lado oposto, mas ao lado mesmo, no sentido de "lado a lado", estão os nativos digitais. A geração que nasceu quando todo esse aparato digital já estava disponível. A geração que não conheceu a vida sem as avançadas tecnologias a seu dispor.

Eu, uma "imigrante digital", embora familiarizada com apenas uma pequena parcela de todo esse aparato, ainda me encanto com a facilidade de acesso a informações e recursos que a tecnologia nos trouxe. Quando pesquiso sobre os mais diversos assuntos no Google, e tenho a minha disposição milhares de sites a respeito do que estou procurando, lembro do tempo em que íamos à biblioteca da escola pesquisar na Barsa, ou na La Rousse... Atos que tinham seus encantos, penso eu, mas era tudo mais difícil.

Hoje é possível fazer uma tese de Doutorado sentada em casa em frente ao computador. Quando que imaginaríamos isso há vinte anos? Tempo histórico ínfimo para que tantas mudanças ocorressem. E somos obrigados a acompanhar essas mudanças. Questão de sobrevivência!

E planejar as aulas? Nossa! Como ficou mais fácil. Hoje temos uma infinidade de sugestões de atividades num piscar de olhos... sempre encontramos uma que serve exatamente ao nosso objetivo.

Mas é tudo muito rápido... basta pensar no próprio texto de Schlemmer. Quantas tecnologias ela citou em 2006 que já nos soam ultrapassadas... Orkut, por exemplo... quem lembra dele?

Ao ler o texto, não pude deixar de relacionar a maneira como as novas tecnologias são usadas com a Música na escola. Conforme a autora, muitas vezes o Laboratório de Informática da escola é usado como um "tapa buracos". Ou seja, faltou professor, leva para o L. I., ou a ida ao L.I é um prêmio... ou a "não" ida é um castigo. Isso significa que esse rico recurso em uma escola, as vezes, é usado como passatempo. Com a Música, por vezes, isso também acontece. É usada como "auxiliar" para outras disciplinas, para preencher o tempo... os conhecimentos da Música em si, ou as habilidades que ela pode desenvolver, são subestimados.

A autora coloca que a tecnologia deve servir para desenvolver:

-a autonomia
- a autoridade
- a cooperação
- o respeito mútuo
- a solidadriedade interna

O ensino da Música vai por esse caminho também. É capaz de desenvolver habilidades nos alunos a partir dela própria e não como auxiliar.

A proposta de reflexão central colocada por Schlemmer é:

"Estamos incorporando as TDs às práticas pedagógicas já existentes ou elas estão provocando mudanças nessas práticas, nas metodologias que utilizamos, na forma como compreendemos  os processos de ensino e de aprendizagem e, portanto, nas relações que se estabelecem entre professor e aluno a partir de processos de interação utilizando esses novos meios?" (p. 38).

Fazer esta reflexão é muito importante para pensarmos se realmente estamos inteirados com todas as possibilidades que as tecnologias digitais nos proporcionam. Sempre teremos uma espécie de "sotaque" analógico, mas ainda somos de suma importância para mediar os nativos tecnológicos e as tecnologias digitais. Esta mediação talvez seja para a escolha das informações confiáveis disponibilizadas online.

Para encerrar, é preciso lembrar da enorme disparidade que ainda há entre os alunos das diferentes classes sociais. Os alunos das escolas públicas ainda não têm acesso a essas tecnologias. O máximo que têm é um celular sem acesso a internet, e quando conseguem uma rede, usam para acessar o facebook. Esse é um ponto que precisa ser pensado.

Referências:

SCHLEMMER, Eliane. O trabalho dos professores e as novas tecnologias. Revista textual. set. 2006.

sábado, 5 de maio de 2018

Centros de Interesse

Centro de Interesse é uma estratégia criada pelo médico belga Ovide Decroly. Sua base psicológica reside em considerar a vida mental do indivíduo como unidade; portanto, os temas e conteúdos a serem estudados devem ser apresentados no seu todo e não repartidos em disciplinas ou áreas do conhecimento. O temas dos Centros de Interesse foram definidos por Decroly no início do século XX, a partir das necessidades vitais da criança: (1) de alimentação, (2) de luta contra as interpéries, (3) de agir, trabalhar solidariamente, descansar, divertir-se, desenvolver-se e  (4)de defesa contra os perigos e inimigos.

Segundo Cinel (2004, p 34), "para desenvolver um Centro de Interesse, em primeiro lugar é preciso que o professor esteja atento aos três tipos de experiências (fases) preconizadas por Decroly, e que devem ser desenvolvidas adequadamente: observação, associação e expressão".

Trata-se de uma forma de trabalhar muito interessante. Assim como os projetos de aprendizagem (sem deixar de considerar as especificidades de cada proposta), tem como objetivo proporcionar aos alunos  aprendizagens relacionadas umas as outras. Permitem que os alunos tenham vários enfoques sobre uma assunto, proporcionando relações e reflexões entre as aprendizagens.

Na Interdisciplina de Didática, Planejamento e avaliação, eu e as colegas Leda, Iasmim, Simone e Jaqueline estamos montando uma proposta de trabalho a partir de uma Centro de Interesse. Nossa proposta está sendo construída a partir das obras do pintor Vincent Van Gogh, partindo dos temas de seus quadros.  Cada colega está contribuindo com seus conhecimentos práticos e teóricos e está ficando muito interessante. Assim que estiver concluída e termos a a avaliação da professora, levarei esta proposta aos meus alunos da EJA.

Referência:
 CINEL, Nora Cecília Bocaccio. Centros de Interesse. In: Revista do Professor. Porto Alegre, 20 (78): 32-36. abr./jun. 2004.