domingo, 29 de outubro de 2017

Como era antigamente...



Hoje vou fujir um pouco do assunto do semestre... Nas minhas pesquisas em jornais antigos achei um comunicado do Conservatório de Música, importante Escola de Música que tínhamos em Porto Alegre nos anos 1930. Nesse anúncio foi exposto as notas dos exames dos alunos. Chama atenção que o texto finaliza assim: "Eugenio Kroll e Nelly Laporta, simplesmente grau 6".

O fato das notas serem expostas, até podemos fazer um paralelo com a publicação dos concursos públicos, em que podemos verificar, nos sites das entidades públicas, as notas de cada candidato. Ok. Mas a palavras "simplesmente" colocada para qualificar pejoradamente os dois alunos com as notas mais baixas muito me espantou.

Refletindo: talvez eu não tenha fugido tanto do nosso tema do semestre, que pode ser traduzido por "preconceito". Ridicularizar os alunos em um jornal de grande circulação é desrespeitar o momento de cada um, talvez as suas limitações... Foi num Correio do Povo de 1933! Provavelmente ninguém se manifestou em defesa desses dois alunos. Temos como grande conquista o fato de que se hoje algo assim acontecesse, muitas seriam as manifestações.


Correio do Povo, 21 de novembro de 1933, p. 7

domingo, 22 de outubro de 2017

Ainda sobre gênero...


Ao trabalhar com uma turma de quinto ano, a fim de aplicar uma atividade para um trabalho da Interdisciplina Filosofia da Educação, dois grupos de alunos, ao serem solicitados para criarem um cartaz sobre algum tipo de preconceito, escolheram gênero para representarem. Fiquei encantada com a criatividade destes alunos.





Sim, a escola é o lugar de aprendermos a conviver, a aceitar e admirar o outro como ele é!!!!!

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Falar sobre gênero...

Esta semana, na Interdisciplina Questões étnico-raciais na educação: Sociologia e História, tínhamos como tarefa escolher e analisar um vídeo postado por nossas colegas no "Fórum Permanente", um espaço onde postamos materiais que consideramos pertinente e queremos compartilhar com nossas e nosso colega.
Meu grupo escolheu analisar um vídeo cujo assunto é gênero. O vídeo analisado trata-se de um desenho animado próprio para abordar o assunto com crianças bem pequenas, da Educação Infantil e primeiros anos do Ensino Fundamental. Mas não é exatamente desse vídeo que quero tratar, até porque sobre ele já falamos no seu espaço devido. Mas o fato é que, ao realizar a tarefa e tratar sobre esse assunto, fiquei com vontade de falar mais sobre ele.
E foi pesquisando mais que encontrei um vídeo que achei sensacional para abordar o assunto com alunos maiores. Trata-se de uma transexual falando sobre a questão de gênero. Mas o interessante é que ela não bate na questão trans, lésbica, gay... ela simplesmente fala de diferenças que nos foram impostas desde a infância... cores, brinquedos, hábitos, roupas... de meninas ou de meninos. Lembro que há alguns anos até encontrei ovos de Páscoa para meninos e para meninas!!!!!
Parei para pensar e vi o quanto esses atos aparentemente inocentes, inculcam toda uma concepção de valores nas crianças. Que, obviamente, irão refletir na nossa personalidade, na nossa maneira de lidar com as diferenças e com as igualdades. Precisamos falar sobre isso nas escolas. Precisamos parar de dar cadernos com florzinhas para as meninas e com carrinhos para os meninos. Ou dar lembrancinhas de fitinha azul para os meninos e de fitinha rosa para as meninas... É hora de nos despirmos de preconceitos e trazer esse tema tão importante para a sala de aula.

Eis o link do vídeo. Vale a pena assistir!!!!!

https://www.youtube.com/watch?v=ZIJ2Ifu6SlM

sábado, 7 de outubro de 2017

Músicas contra o racisimo

Fiz uma pesquisa para  encontrar músicas cujas letras tratem de racismo. Eis alguns títulos que encontrei:

O canto dos escravos - Clementina de Jesus, Geraldo Filme e Doca da Portela
Tributo a Martin Luyher King - Wilson Simonal e Ronaldo Bôscoli
Negro é lindo - Jorge Benjor
Podes crer, amizade - Tony Tornado e Major
Pérola Negra - Luiz Melodia
Mandamentos Black - Gerson King Combo, Augusto César e Pedrinho
Sarará Miolo - Gilberto Gil
Brasil mestiço, santuário da fé - Paulo César Pinheiro e Mauro Duarte
Sorriso Negro - Jorge Portela e Adilson Barbado
Olhos coloridos - Macau
Lágrima do sul - Milton Nascimento e Marco Antônio Guimarães
Sá Rainha - Mauricio Tizumba
Identidade - Jorge Aragão
Festa de Caboclo - Martinho da Vila

Usar a letra de músicas para trabalhar algum tema com nossos alunos não é novidade. Elas enriquecem as aulas e tornam mais fácil a abordagem de temas mais complexos. Fica a dica...

domingo, 1 de outubro de 2017

Preconceito

Gostaria de escrever hoje sobre o tema que permeia nosso semestre, perpassando todas as interdisciplinas e nos fazendo refletir e fazer "n" relações com nossa vida e nossa prática escolar.

O dicionário ensina:



preconceito
substantivo masculino
  1. 1.
    qualquer opinião ou sentimento concebido sem exame crítico.
  2. 2.
    sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância.

    "p. contra um grupo religioso, nacional ou racial"



Na prática, algo complexo, carregado de tristezas. O que nos faz pensar que o que não é igual a nós seja errado? O que nos leva a pensar que somos melhores porque o outro não vive da mesma forma, não pensa igual ou simplesmente acredita em coisas diferentes? é difícil responder. Estamos carregados de valores culturalmente construídos e pensar nas diferenças criticamente exige muita reflexão, desprendimento e vontade de aceitar.

O texto Sobre crocodilos e avestruzes: falando de diferenças físicas, preconceitos e sua superação, de Lígia Assumpção Amaral, trata especificamente de deficiências físicas, mas, mesmo se tratando de preconceitos no sentido mais amplo, suas metáforas podem ser usadas. A autora associa o preconceito a figura de um castelo medieval, rodeado de crocodilos. Esses crocodilos seriam os preconceitos. E usa a figura da avestruz para simbolizar nossos mecanismos de defesas. Aqueles que usamos para não ver, ignorar as diferenças que nos rodeiam.
Achei extraordinário. Estas metáforas mostram o quanto ainda precisamos enfrentar o mundo e disponibilizar o direito ao livre pensamento, a liberdade de atitudes, o direito ao acesso físico e intelectual...
Então penso... que bom que a escola existe... é o espaço por excelência para mudarmos o mundo!!!!

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