sábado, 24 de setembro de 2016

O "ver" e o "olhar". O "ouvir" e o "escutar"

Não é a primeira vez que escrevo sobre esse tema. Já falamos sobre o ver e o olhar em outro semestre na interdisciplina Seminário Integrador. Agora voltamos a ele na interdisciplina Representação do mundo pelos estudos sociais.
É um tema interessante e sempre é bom lembrar a diferença entre o olhar e o ver. E também entre o ouvir e o escutar.
O olhar, ao menos que fechemos os olhos, acontece o tempo todo. Não há como não olhar o que está a nossa frente. O ver requer reflexão, requer pensarmos sobre o que olhamos, pensarmos o significado, o que está “por trás” daquilo que olhamos. O ouvir e o escutar também podem ser pensados desta maneira. Escutar é físico e, diferente do ver, não pode ser evitado, mesmo tapando nossos ouvidos ( a não ser que entremos em uma cabine que isola o som). O tempo todo escutamos os sons ao nosso redor. Ouvir é diferente, funciona como o ver. Quando ouvimos, pensamos sobre o que ouvimos, refletimos sobre o significado das palavras. 
Precisamos ver e ouvir mais. Aprofundar nosso olhar e nosso escutar. Refletir, entender o que está por trás das cenas e dos sons que acontecem em nossa sala de aula, em nossa escola. Isso fará a diferença na nossa prática pedagógica, na relação que temos com nossos alunos. Na nossa vida e na vida de nossos alunos.

sábado, 17 de setembro de 2016

Sobre escolas gaiolas e escolas asas...

Esta semana tivemos a oportunidade (e o privilégio) de ler o texto "Gaiolas ou Asas" de Rubens Alves.  Digo privilégio não porque poucas pessoas o leram, mas pelo seu excelente conteúdo. O autor escreve sobre dois tipos de escola: as escolas gaiolas e as escolas asas. As escola gaiolas reprimem, seguem programas conteudistas, tentam conter os alunos.  "Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendem a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados têm sempre um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo" (ALVES, 2002, p. 29).
As escolas asas, por outro lado, libertam, ensinam os alunos a pensarem por si próprios, ensinam a caminharem sozinhos. "Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado"  (ALVES, 2002, p. 29).
As escolas asas não podam as crianças. É comum os alunos irem perdendo a espontaneidade dos primeiros anos de escola, como se tivessem sido domesticados. A preocupação com os conteúdos, a disciplina, fazem com que mecanismos de repressão sejam usados em escolas gaiolas. Os alunos aprendem o que e como os professores decidem. Nas escolas asas os alunos são encorajados a falar, lutar. Suas inteligências outras (que as escolas gaiolas desdenham) são valorizadas. Sentem-se capazes. 

E de que forma podemos fazer uma escola asa? 
Rubens Alves resume a boa educação em duas palavras: ferramenta e brinquedo.

"Ferramentas" são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. "Brinquedos" são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma. No momento em que escrevo estou ouvindo o coral da Nona Sinfonia [Beethoven]. Não é ferramenta. Não serve para nada. Mas enche a minha alma de felicidade. Nessas duas palavras, ferramenta e brinquedos, está o resumo da educação. Ferramenta e brinquedos não são gaiolas. São asas. Ferramenta me permitem voar pelos caminhos do mundo. Brinquedos me permitem voar pelos caminhos da alma (ALVES, 2002, p. 32).

São palavras que resumem uma forma fascinante de educar. Fiquei encantada...

Relacionando a escola asa com minha escola...

Essa semana realizamos um recital de inauguração do piano da escola. Sim... uma escola pública municipal teve o imenso privilégio de receber a doação de um piano, graças ao esforço de alguns professores envolvidos com projetos de música na escola.
 No recital estiveram presente um grupo de alunos da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS),  com três alunos que nos brindaram tocando algumas peças ao piano e um grupo de percussionistas que tocaram e cantaram. Apresentaram-se também o grupo de música da escola Judith Macedo de Araújo (minha escola). E entre essas belas apresentações, pude executar ao piano uma peça de Ronaldo Miranda chamada "Valsa Só".
Foi lindo...
A plateia consistia em alunos com idades entre 6 e 14 anos. A atenção desses alunos, o respeito, a admiração  eram coisas lindas de se ver.

Estávamos ensinando brinquedos!!! Alimentando a alma de nossos alunos.



ALVES, Rubem. Gaiolas ou asas? In: ALVES, Rubem. Por uma educação romântica. Campinas: Papirus, 2002, p. 29-32.

sábado, 10 de setembro de 2016

Processo de escrita

O semestre apenas iniciando e já todos preocupados com a difícil tarefa de escrever. Há muitos aspectos envolvidos nesse processo. Primeiro, obviamente, é preciso pensar no conteúdo de nossa escrita. É preciso ler muito antes de conseguirmos escrever. Através da leitura de vários autores, e as vezes dos autores que esses autores leram, adquirimos o conhecimento necessário sobre o assunto abordado e também formamos nossas opiniões, que podem, ou não, aparecer na nossa escrita. Tudo depende do tipo de texto que iremos produzir. É muitas vezes um processo doloroso, pois se nos propomos a escrever, é por que queremos que alguém leia. E se expor é muitas vezes difícil.

O meu processo de escrita é assim, leio muito, faço relações entre o que li a algum tempo e o que estou lendo agora. Olho sempre as referências dos livros e trabalhos que leio e por vezes vou à essas fontes para entender melhor o que estão propondo. E só depois começo a escrever. E é assim, se fiz boas leituras, a escrita flui... caso contrário, tenho que voltar para a elas.

Duas coisas fundamentais que faço: 1ª) quando estou realizando as leituras, já estou construindo mentalmente a escrita, então já vou assinalando, marcando nos livros, os trechos que acho que servirão para fundamentar o que eu pretendo escrever. Deixar para depois não dá certo. Muitas vezes já vou digitando trechos que quero citar, e acabo formando uma colcha de retalhos que depois são costuradas com minhas palavras. 2º) Quando considero pronta minha escrita, deixo ela "de molho". Sempre (ou quase sempre) tenho o cuidado de terminar alguns dias antes de postar ou entregar o trabalho, para que eu possa deixá-lo de lado, sem reler, sem pensar sobre ele. Depois de dois ou três dias, volto ao texto e consigo ver coisas que logo após o término não conseguia ver. Erros de concordância, palavras repetidas, ideias misturadas... Parece que a escrita amadurece e conseguimos um resultado melhor.

O segundo problema que temos, depois (ou junto) com o conteúdo do texto bem escrito, são as famosas normas da abnt. Se nos propomos a realizar uma escrita acadêmica, não temos como fugir delas. São muitos detalhes que temos que observar. Cada citação deve ser referenciada, pois são os autores que lemos que nos respaldam no que queremos provar (ou contestar). E a forma de referenciar, tanto no corpo do trabalho, como no final dele, tem normas muito específicas. Cada tipo de trabalho (livro, dissertação ou tese, site da internet, partitura musical, gravações, entrevistas) tem um forma de ser citada. Mas nada que um manual da abnt não resolva.É possível compra-lo ou acessar a internet, pois hoje existem várias universidades que disponibilizam essas regras on line (inclusive a UFRGS).

Agora relendo o texto que acabo de escrever penso que poderia ser escrito de uma forma diferente. Inclusive com a inclusão de citações que fundamentem o que argui aqui. Mas optei fazer um texto mais informal, mesmo tratando sobre a formalidade da academia. Talvez na próxima semana eu faça uma "versão acadêmica" desse texto. Acho que seria um exercício interessante... fica a dica para mim mesma...

sábado, 3 de setembro de 2016


                                                     Hora de voltar!!!!!!!

Início de um novo  semestre.  Muitas expectativas,  curiosidades e vontade de aprender!!!!!

                           Rumo a metade do curso!!!!!!